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JBS e BRF na mira da Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira, a maior operação de sua história, para investigar um esquema de corrupção liderado por fiscais agropecuários federais e executivos das companhias para pagamento de propinas e venda ilegal de carnes para os frigoríficos. A operação, batizada de Carne Fraca, contou com 1.100 policiais federais, que cumpriram 309 mandados […]

AGENTE DA PF EM FRENTE AO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA: operação foi duramente criticada pelo Ministério da Agricultura / Ueslei Marcelino/ Reuters
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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2017 às 18h50.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h10.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira, a maior operação de sua história, para investigar um esquema de corrupção liderado por fiscais agropecuários federais e executivos das companhias para pagamento de propinas e venda ilegal de carnes para os frigoríficos. A operação, batizada de Carne Fraca, contou com 1.100 policiais federais, que cumpriram 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva.

Na mira estão os dois maiores processadores de carne do país, a BRF e a JBS, e também frigoríficos menores, como o Peccin, o Larissa, o Frigomax. O Peccin, do Paraná, segundo as denúncias, vendia carne estragada e usava ácido ascórbico, uma substância cancerígena, para maquiar os produtos.

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Segundo a PF, a operação detectou, em quase dois anos de investigação, que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, de Minas Gerais e de Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público”. A operação fez despencar as ações de BRF e JBS na bolsa. As ações da JBS caíram 11,1% e as da BRF, 7,7%.

A JBS foi acusada de fazer pagamentos e dar presentes a fiscais em troca de facilidades como a assinatura de certificados sem a fiscalização devida. A BRF foi acusada, além de pagar de propina, de tentar liberar, em ao menos um episódio, produtos inadequados para o consumo para serem reprocessados em duas de suas fábricas.

O juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14a Vara Federal, responsável pelo caso, criticou duramente o papel do Ministério da Agricultura. Segundo ele, é estarrecedor perceber que o Ministério responsável pela qualidade dos alimentos “foi tomado de assalto”.

Pelo Twitter, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, diz que as apurações indicam um crime contra a população, e que é preciso “separar o joio do trigo”. O ministro afirmou ainda que já determinou o afastamento imediato de todos os envolvidos. O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, pego nos grampos da investigação conversando com um superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, disse que não cometeu irregularidades.

Em nota a BRF disse que está “colaborando com as autoridades” e reiterou que “cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos”. A JBS também se pronunciou por meio de nota esclarecendo que atua “em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior”.

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