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Operação da PF prende Vaccarezza

Nova fase da Lava Jato lança investiga corrupção em contratos da Petrobras

Cândido Vaccarezza: é um dos alvos da nova fase da Lava Jato (Antonio Cruz/ABr/Agência Brasil)

Cândido Vaccarezza: é um dos alvos da nova fase da Lava Jato (Antonio Cruz/ABr/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 18 de agosto de 2017 às 07h39.

Última atualização em 18 de agosto de 2017 às 14h42.

A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira simultaneamente duas novas fases da operação Lava Jato para investigar crimes de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de ativos na contratação de grandes empresas pela Petrobras, informou a PF em comunicado.

O ex-deputado pelo PT Cândido Vaccarezza, que foi líder dos governos Lula e Dilma na Câmara, foi preso de forma temporária acusado de receber cerca de 500 mil dólares em propina por intermediar contratação pela estatal da empresa norte-americana Sargeant Marine para fornecimento de asfalto, de acordo com o Ministério Público Federal.

Segundo os procuradores, a influência de Vaccarezza em decorrência de seu cargo culminou na celebração de 12 contratos, entre 2010 e 2013, da petroleira com a Sargeant Marine no valor de aproximadamente 180 milhões de dólares.

"As evidências indicam ainda que sua atuação ocorreu no contexto do esquema político-partidário que drenou a Petrobras, agindo em nome do Partido dos Trabalhadores", disse o MPF em comunicado.

Também foi decretada a prisão do representante da Sargeant Marine no Brasil, bem como de dois gerentes da Petrobras à época acusados de envolvimento no escândalo, acrescentou o MPF.

Não foi possível fazer contato de imediato com representantes de Vaccarezza e da Sargeant Marine.

A outra ação simultânea da PF investiga relação suspeita entre executivos da estatal e um grupo de armadores estrangeiros para obtenção de informações privilegiadas e favorecimento para obtenção de contratos milionários, segundo a PF. Essa fase foi nomeada Sem Fronteiras.

De acordo com o Ministério Público Federal, esse esquema envolveria a participação do cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, para a facilitação de contratação de navios gregos, mediante o fornecimento de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.

Por meio do esquema, grupos empresariais dos quais Kotronakis é sócio ou têm vínculos indiretos formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras, entre os anos de 2009 a 2013, em valores que superam 500 milhões de dólares.

"Ao menos 2 por cento desses valores era destinado ao pagamento de propina a funcionários públicos corrompidos, operadores financeiros e agentes políticos", afirmou o MPF em comunicado.

O MPF investiga suspeita de favorecimento às empresas gregas Olympic Agencies, Perosea Shipping, Tsakos, Aegean Dynacom Tankers Management, Galbraiths e Dorian Hellas em contratos com a Petrobras. Não foi possível fazer contato de imediato com nenhuma dessas companhias.

"Estas novas operações deixam um recado claro: empresas estrangeiras não serão poupadas na Lava Jato. Muitas multinacionais têm tradição de cooperar com as investigações, mas é uma vergonha que várias delas não tenham atuado proativamente para investigar os fatos e contribuir com a Justiça brasileira", disse o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, em comunicado.

No total foram expedidos 46 mandados judiciais nas duas etapas, sendo 6 de prisão em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Há ainda 29 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva, informou a PF.

Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição do juíz da 13ª Vara Federal do Paraná.

As duas investigações tiveram início a partir de relato do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em seu acordo de delação premiada.

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