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ONU cobra investigação imediata da morte de Malhães

Assassinato do coronal da reserva ocorreu na noite da quinta, em um suposto assalto no sítio em que morava na zona rural de Nova Iguaçu


	Ex-agente do Centro de Informações do Exército, Paulo Malhães: possibilidade da morte ter relação com o depoimento na Comissão da Verdade é investigada
 (Divulgação/Comissão da Verdade)

Ex-agente do Centro de Informações do Exército, Paulo Malhães: possibilidade da morte ter relação com o depoimento na Comissão da Verdade é investigada (Divulgação/Comissão da Verdade)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 09h34.

Genebra - A Organização das Nações Unidas (ONU) cobra das autoridades brasileiras uma "investigação imediata" da morte do coronel da reserva do Exército, Paulo Malhães. Seu assassinato ocorreu na noite da quinta-feira, 24, em um suposto assalto no sítio em que morava na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A possibilidade da morte ter relação com o depoimento de Malhães na Comissão da Verdade é investigada. Em março deste ano, Malhães prestou à Comissão Estadual da Verdade do Rio depoimento em que relatava ter participado de prisões e torturas na ditadura. Disse também que foi encarregado pelo Exército de desenterrar e sumir com o corpo do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971.

Dias depois, à Comissão Nacional da Verdade, reafirmou ter tomado parte em torturas, mas mudou sua versão sobre o sumiço dos restos mortais de Paiva. O corpo desenterrado, segundo ele, não poderia ser identificado por estar em decomposição.

Agora, a ONU quer esclarecimentos sobre sua morte. "É necessário que haja uma investigação imediata para esclarecer os fatos em relação ao caso e aqueles responsáveis precisam ler levados à Justiça", declarou ao jornal O Estado de S. Paulo a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani. A ONU diz que novas informações estão sendo coletadas sobre o caso e que a Organização deve se pronunciar ainda nesta semana sobre o assunto.

Os esforços do Brasil para lidar com seu passado foram elogiados ao longo dos últimos meses pela ONU. Mas a Organização exige do País que os responsáveis por torturas, assassinatos e crimes contra a Humanidade sejam processados. A ONU também já se pronunciou contra a manutenção da lei de anistia no Brasil, alegando que crimes como o da tortura não podem ser protegidos por uma lei.

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