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ONG faz protesto contra gasto público excessivo com a Copa

Doze bolas grandes e 12 pequenas foram colocadas na areia da praia e tiveram uma cruz vermelha pintada em seu centro para representar as cidades-sede da Copa


	ONG Rio de Paz: protesto ocorreu na orla de Copacabana, na zona sul do Rio
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

ONG Rio de Paz: protesto ocorreu na orla de Copacabana, na zona sul do Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 16h02.

Rio de Janeiro - Faltando dois dias para o início da Copa do Mundo, a organização não governamental (ONG) Rio de Paz fez hoje (10) uma manifestação contra os gastos públicos excessivos para a construção e reforma dos estádios para o evento.

O protesto ocorreu na orla de Copacabana, na zona sul do Rio, e chamou a atenção de moradores e turistas.

Doze bolas grandes e 12 pequenas foram colocadas na areia da praia e tiveram uma cruz vermelha pintada em seu centro para representar as cidades-sede da Copa.

Um barraco semelhante a alguns que podem ser encontrados em comunidades do Rio foi montado para chamar a atenção para a desigualdade social.

Além disso, um saco preto foi estendido no chão para homenagear os nove operários que morreram durante as obras de construção e reforma dos estádios.

Três faixas, duas em português e uma em inglês, foram estendidas, criticando a forma como a Copa foi planejada.

O presidente da Rio de Paz, Antonio Carlos da Costa, disse que a ONG vem criticando os gastos com dinheiro público desde o sorteio da Copa das Confederações, que ocorreu no ano passado, quando fizeram uma manifestação no Anhembi, em São Paulo.

“Não conseguimos nos conectar com essa Copa em razão do fato de ela estar sendo realizada com o dinheiro do povo brasileiro. Nós estamos aproveitando essa manifestação para mostrar algumas reivindicações que achamos justas. Estamos pedindo que sejam estabelecidas metas concretas para os próximos anos para essas áreas de serviço público [saúde e educação]. Não pode o político fazer promessas e não cumpri-las”, explicou.

A ONG reivindica que o governo federal peça desculpas pelos gastos excessivos de dinheiro público com a Copa do Mundo; que seja prestado um minuto de silêncio no dia da abertura da Copa, nesta quinta-feira (12), em homenagem aos trabalhadores que morreram durante a construção dos estádios; o estabelecimento de metas para os próximos quatro anos, visando à melhoria de serviços públicos; e que o povo brasileiro seja consultado, a partir de agora, antes que o dinheiro público seja gasto com grandes eventos internacionais.

“Somos a sétima economia do mundo e o 85º país em índice de desenvolvimento humano [IDH]. Por isso, as ruas do Rio de Janeiro não estão coloridas. Por isso não vemos bandeiras. O governo errou. O governo deveria começar essa Copa do Mundo pedindo perdão”, concluiu.

O engenheiro civil Antonio de Pádua estava caminhando pela orla de Copacabana quando o protesto chamou a sua atenção. O engenheiro destacou a forma como a manifestação da ONG foi feita, silenciosamente, e sem atrapalhar o trânsito da cidade.

“Acho que é uma oportunidade de todos estarem vendo a situação crítica que nosso país vive hoje. A gente vive em uma falsa democracia, onde nem todos têm o direito de ser ouvido. Eu acho que é um evento esportivo que congrega várias nações, várias culturas. Acho que é um evento superimportante. Mas, talvez, o momento não fosse oportuno para o país sediar um evento dessa magnitude. É um momento que o país vive várias crises”, avaliou.

A ONG Rio de Paz atua, desde 2007, desenvolvendo ações pacíficas para chamar a atenção da população para os problemas sociais que o país vive.

Em seu site, http://www.riodepaz.org.br , a entidade destaca que o seu objetivo é “ser agente de redução das violações dos direitos humanos por meio de ações pacíficas e criativas que mobilizem sociedade e poder público”.

A Fifa rebateu hoje, por meio de nota, as críticas sobre a isenção de impostos e os gastos com a Copa do Mundo no Brasil.

A Agência Brasil procurou a Secretaria-Geral da Presidência da República para ouvir o governo sobre as críticas da ONG aos gastos da Copa, mas não obteve resposta até o momento de publicação desta reportagem.

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