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OMS: maioria dos casos vêm de 10 países e Brasil não é o único epicentro

Organização destacou que há mais registros recentes da doença na África, no Leste Europeu, no centro da Ásia e no Oriente Médio

Pessoas de máscaras em Pequim: cidade chinesa registrou 100 novos casos nesta semana (Thomas Peter/Reuters)

Pessoas de máscaras em Pequim: cidade chinesa registrou 100 novos casos nesta semana (Thomas Peter/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de junho de 2020 às 15h25.

Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou hoje que quase 75% dos casos recentes do novo coronavírus provêm de apenas dez países, a maioria deles localizado nas Américas e no Sul da Ásia. Durante entrevista coletiva, ele também destacou que há mais registros recentes da doença na África, no Leste Europeu, no centro da Ásia e no Oriente Médio.

Ghebreyesus disse que, globalmente, já foram reportados à OMS mais de 7,8 milhões de casos da covid-19, com mais de 430 mil mortes atribuídas a ela.

"Levou mais de 2 meses para os primeiros 100 mil casos serem reportados. Nas últimas duas semanas, mais de 100 mil casos foram reportados quase todo dia", comparou. "Mesmo em países que têm demonstrado capacidade de suprimir a transmissão da covid-19, é preciso estar alerta para a possibilidade de ressurgência" do vírus, disse a autoridade.

Ele lembrou ainda o fato de que, no Hemisfério Sul, começará a temporada de gripes sazonais. Segundo Ghebreyesus, essa doença também precisa ser uma prioridade. "A circulação conjunta da covid-19 e da influenza pode piorar o impacto sobre os sistemas de cuidados com saúde que já estão sobrecarregados."

O diretor-geral da OMS também mencionou que, na semana passada, foi detectado um novo foco de casos da covid-19 em Pequim, após mais de 50 dias sem nenhum caso na capital da China. "Mais de 100 casos agora já foram confirmados" na cidade, afirmou. "A origem e a extensão do surto está sob investigação."

O diretor executivo da OMS, Michael Ryan, também informou que a entidade monitora e investiga os novos casos em Pequim. Ele disse que há preocupação igualmente com novos focos da doença na Coreia do Sul e no Japão, mas também afirmou que uma reabertura econômica cuidadosa dos países e de suas fronteiras pode ser realizada de modo bem-sucedido.

Diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan foi questionado durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, 15, sobre se o Brasil pode ser atualmente considerado o epicentro da covid-19 no mundo. Em sua resposta, ele comentou que a situação da pandemia nas Américas em geral são "uma preocupação", mas disse que não considera o País o único epicentro global da doença.

Ryan afirmou que as Américas do Sul e Central têm sido um dos principais focos da doença e são "alvo de preocupação" e disse que a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) tem prestado assistência na região. "Mas temos visto nos últimos dias e semanas mais áreas do mundo a registrar aumento nos casos", complementou.

Líder da resposta da Organização Mundial de Saúde (OMS) à pandemia de coronavírus, Maria Van Kerkhove lembrou que nem todas as pessoas com a covid-19 apresentam febre. Ela foi questionada sobre o assunto durante entrevista coletiva da entidade e disse que há um pacote de medidas possíveis para monitorar os possíveis casos da doença.

Kerkhove disse que, a partir das pesquisas já realizadas, sabe-se que grande parcela da população mundial ainda é suscetível ao novo coronavírus. Nesse contexto, ela sugeriu que todos os países estejam preparados para o risco de se tornar epicentros da doença, citando novos focos recentes de casos em Cingapura, Alemanha, Japão e outras nações. É preciso, disse, detectar rapidamente esses pacientes, cuidar deles, isolá-los e fazer o rastreamento apropriado de seus contatos.

"É importante que casos suspeitos fiquem em casa e contatem agentes de saúde", recomendou, pedindo que as pessoas continuem a seguir todas as medidas em vigor para conter a disseminação do vírus.

Reuniões em segurança

Kerkhove voltou a recomendar, durante entrevista coletiva, a adoção das medidas necessárias para evitar a transmissão do novo coronavírus em eventos públicos, como manifestações. A entidade tem comentado que, sem essas medidas, aumenta o potencial de contágio nessas aglomerações.

Também presente na coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi questionado sobre se os Estados Unidos continuam na entidade. "Os EUA ainda são membros da entidade", disse apenas, sem falar sobre as críticas recentes do presidente Donald Trump à OMS por sua suposta parcialidade a favor da China. Recentemente, Trump disse que estava cancelando a contribuição americana à entidade e que retiraria o país dela.

Já o diretor executivo da OMS, Michael Ryan, foi questionado sobre o fato de que os EUA revogaram nesta segunda, 15, a licença emergencial para o tratamento com hidroxicloroquina na covid-19. Ryan disse que o grupo executivo do ensaio clínico Solidariedade está se reunindo nesta semana e, diante dos dados disponíveis, deve discutir a "utilidade de continuar com certos braços do estudo, baseado no que foi encontrado até agora". Ryan informou que na quarta-feira a entidade deve dar mais declarações sobre esse ensaio clínico.

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