Odebrecht depõe; PGR quer Aécio…
Odebrecht depõe O empreiteiro Marcelo Odebrecht depôs hoje ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral Herman Benjamin no processo que poderá cassar a chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. Marcelo foi ouvido sobre o financiamento da campanha vencedora ao Planalto naquele ano e a origem das doações. O conteúdo do depoimento não foi divulgado, mas o […]
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2017 às 18h55.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h34.
Odebrecht depõe
O empreiteiro Marcelo Odebrecht depôs hoje ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral Herman Benjamin no processo que poderá cassar a chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. Marcelo foi ouvido sobre o financiamento da campanha vencedora ao Planalto naquele ano e a origem das doações. O conteúdo do depoimento não foi divulgado, mas o esperado era que a Odebrecht esclarecesse, entre outras coisas, a reunião que teve com o presidente Michel Temer, na qual teria sido feito o pedido de 10 milhões de reais para a campanha. O dinheiro veio de corrupção investigada pela Operação Lava-Jato. Amanhã serão ouvidos outros dois executivos da empreiteira, Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais, e o ex-dirigente Alexandrino de Salles Ramos.
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Levar até 2018
Essa seria uma das últimas etapas antes de o ministro Benjamin liberar o processo para o julgamento no TSE. A estratégia de Temer, que se centrava principalmente em separar suas contas de campanha das de Dilma Rousseff, deve mudar com o intuito de fazer com que se demore ao máximo um julgamento. Para isso, a defesa deve pedir, pela primeira vez, a convocação de novas testemunhas. O tempo de mandato de Benjamin, relator do caso, também é um problema, já que vai se encerrar em outubro e o novo relator terá de se inteirar de todo o andamento da peça. Assim, assessores de Temer trabalham para que se julgue a chapa, na melhor das hipóteses, apenas em 2018, quando faltariam alguns meses para as eleições presidenciais. Se Temer vier a perder o mandato no ano que vem, o pleito será adiantado e não haverá eleição indireta no Congresso.
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Prefere o Jaburu
O presidente Michel Temer e sua mulher, Marcela Temer, decidiram que não vão mais morar no Palácio da Alvorada, mesmo depois da reforma pedida, na qual foram gastos 24.000 reais. Temer morou apenas sete dias no palácio, que agora deve voltar a receber somente reuniões e eventos com a presença do presidente. Antes de Temer, apenas João Figueiredo e Fernando Collor abriram mão do palácio para morar em outros locais, na Granja do Torto e na Casa da Dinda, respectivamente.
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Propina para a WTorre
Um dos delatores da empreiteira Schain, Edison Coutinho, disse em depoimento que Paulo Remy Gillet Neto, sócio da WTorre, solicitou à concorrente 18 milhões de reais para não fazer parte da concorrência para a reforma do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. A informação é do jornal O Globo. Essa é uma das obras nas quais, de acordo com o Ministério Público Federal, houve corrupção e desvio de dinheiro público por parte de diversas empreiteiras envolvidas no escândalo da Lava-Jato, como OAS, Odebrecht e Schain. De acordo com Coutinho, o cartel foi pego de surpresa com a proposta 40 milhões mais barata do que a deles pela obra e acertou o pagamento da propina a Gillet Neto como forma de eliminar a concorrência.
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Aécio ouvido em Furnas
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal que o senador Aécio Neves seja ouvido no processo que investiga a corrupção em Furnas, subsidiária da Petrobras em Minas Gerais. Além dele, devem ser ouvidos o ex-ministro José Dirceu, o ex-senador Delcídio Amaral e o ex-secretário-geral do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira, ou Silvinho Land Rover. A intenção de Janot é esclarecer o papel de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, no repasse de propinas, já que ele e o delator Fernando Moura discordaram durante uma acareação. De acordo com a delação, do dinheiro desviado, um terço ia para o PT nacional, um terço para o PT de São Paulo e um terço para Aécio. Os depoimentos ocorrem no âmbito de um inquérito que investiga a participação do senador no recebimento de propinas da estatal.