Odebrecht confirmou o que Temer vinha dizendo, diz Planalto
Ao tribunal, Marcelo Odebrecht confirmou ter se encontrado com Temer para a campanha de 2014, mas negou ter acertado com o peemedebista um valor de doação
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de março de 2017 às 12h56.
Brasília - A Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou nesta quinta-feira, 2, por meio de nota, que o depoimento do empresário Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou "aquilo que o presidente Michel Temer vem dizendo há meses".
"Houve o jantar (entre Temer e o empresário), mas não falaram de valores durante o encontro e a empresa deu auxílio financeiro a campanhas do PMDB", diz o texto.
O comunicado ressalta ainda que o PMDB, partido do presidente, registrou o recebimento de R$ 11,3 milhões em doações da Odebrecht para campanhas de candidatos do partido e que o montante foi declarado regularmente ao TSE.
Ao tribunal, Marcelo Odebrecht confirmou ter se encontrado com Temer durante tratativas para a campanha eleitoral de 2014, mas negou ter acertado com o peemedebista um valor para a doação.
Ele informou que não houve um pedido direto pelo então vice-presidente da República para a doação de R$ 10 milhões ao PMDB.
Segundo relatos, Odebrecht afirmou que o valor já estava acertado anteriormente e que o encontro foi apenas protocolar. De acordo com o empresário, as tratativas para a doação foram feitas entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo Cláudio Melo Filho.
Ao TSE, o ex-presidente da Odebrecht afirmou também que fez doações via caixa 2 para a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição presidencial de 2014.
Segundo ele, 4/5 dos recursos doados pela empreiteira foram feitos via caixa 2. O Planalto não se pronunciou sobre esta declaração. Dilma negou a acusação, chamando-a de "mentirosa"
Agenda
Temer se reúne nesta quinta-feira com a advogada-geral da União, Grace Mendonça, conforme informou a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.
A reunião começou às 10h40 desta quinta. Antes, a agenda do presidente previa apenas despachos internos.