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Occhi nega preocupação com impacto de caso Petrobras

O ministro Gilberto Occhi assumiu na manhã desta sexta-feira, 02, suas funções no ministério da Integração Nacional

Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi empossado durante cerimônia de posse de Dilma (Roberto Stuckert Filho/PR)

Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi empossado durante cerimônia de posse de Dilma (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 12h12.

Brasília - Indicado pelo PP, partido que foi "rebaixado" na reforma do primeiro escalão feita pela presidente Dilma Rousseff e que está no centro do escândalo de corrupção na Petrobras, o ministro Gilberto Occhi assumiu na manhã desta sexta-feira, 02, suas funções no ministério da Integração Nacional e afirmou que "não há preocupação" com os impactos das denúncias sobre o partido.

Em cerimônia na sede da pasta, em Brasília, Occhi recebeu o cargo de Francisco Teixeira, ligado ao PROS dos ex-governadores do Ceará Cid e Ciro Gomes.

"Temos que separar a questão da Petrobras com os partidos e com as indicações. O nome que ela (a presidente Dilma) indicou é de confiança e não apenas uma indicação do partido", afirmou.

"Essas denúncias hoje e a delação estão sob segredo de Justiça e não há sob hipótese alguma a definição de envolvidos ou não, e de como é esse envolvimento. Eu não tenho essa preocupação e o PP não tem essa preocupação", concluiu.

Dez políticos do PP, inclusive o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), estão na lista do delator e ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, revelada pelo Estado em dezembro.

Em seu primeiro pronunciamento como ministro da Integração, Occhi destacou a principal ação da pasta: as ações de irrigação. Disse que a transposição do Rio São Francisco, obra que já sofreu sucessivos adiamentos, deve ser concluída no início de 2016.

De acordo com ele, o cronograma da transposição está hoje em 70% e os investimentos necessários não devem ser afetados pelo ajuste fiscal preparado pela nova equipe econômica.

"Temos que separar a nomenclatura de um ano difícil com redução de investimentos. Isso não ocorrerá. A presidente falou isso e a equipe econômica também. Outras medidas serão adotadas, mas não a redução de investimentos", disse.

Loteamento

O PP, dono de uma bancada de 36 deputados federais eleitos e de cinco senadores, controlava desde 2005 o cobiçado Ministério da Cidades, que tem um orçamento bilionário e é responsável por programas com grande capilaridade como o Minha Casa Minha Vida.

Embora o PP tenha pressionado para permanecer no posto, a presidente Dilma acomodou nas Cidades o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.

O PP aceitou o "rebaixamento", mas pressiona agora para indicar as diretorias de órgãos vinculados à Integração Nacional e que estão sob o controle de outras siglas.

Entre eles, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

A Integração Nacional estava sob o comando do PSB até 2013. Quando o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto no ano passado, rompeu com o Palácio do Planalto para lançar-se candidato a presidente da República, a pasta passou para a influência do PROS.

A transmissão de cargo realizada nesta manhã foi acompanhada pela cúpula do PP. Participaram Ciro Nogueira (PI), o líder na Câmara Eduardo da Fonte (PE) e o senador Benedito de Lira (AL).

Também compareceu o novo governador do Ceará, Camilo Santana (PT). O petista convidou o ex-titular da Integração Nacional, Francisco Teixeira, para assumir a secretaria estadual de Recursos Hídricos.

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