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Obelisco no Rio é coberto com camisinha gigante

Intervenção faz parte de uma ação de ONGs para alertar sobre o avanço da epidemia de aids no país

Obelisco da Avenida Rio Branco é coberto por uma camisinha gigante, no centro do Rio
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Obelisco da Avenida Rio Branco é coberto por uma camisinha gigante, no centro do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2014 às 17h57.

Rio de Janeiro - Organizações não governamentais cobriram hoje (2) o obelisco da Avenida Rio Branco, no centro do Rio, com uma camisinha de 11 metros, para alertar o governo e a sociedade para o avanço da epidemia de aids no país.

Os ativistas cobraram mais empenho das autoridades em campanhas de prevenção.

"Na década de 90, havia mais campanhas voltadas para os segmentos mais vulneráveis. Isso acabou, porque as organizações não governamentais não conseguem mais fazer seus trabalhos, e o governo não vem aplicando os recursos relacionados. A informação precisa sempre estar sendo realimentada. As gerações vão passando e vivenciando uma liberdade maior. Hoje, se fala de sexualidade de uma forma muito mais ampla do que se falava antigamente. As pessoas estão transando mais e não estão se cuidando", defendeu o diretor do Grupo Arco Íris, Júlio Moreira.

Ele criticou o fato de campanhas voltadas a jovens gays e prostitutas não terem ido adiante.

"É necessária uma política específica para esses segmentos. É preciso dialogar em uma linguagem que as pessoas vão compreender. Se você for falar para jovens gays, tem que ser uma linguagem que eles compreendam. Não adianta pasteurizar tudo e não atingir o público-alvo", explicou, que também aponta a dificuldade das organizações cumprirem exigências de editais públicos para fazer campanhas.

"A gente tem dificuldades em fazer um trabalho de longo prazo e mapear essa comunidade, para ter uma continuidade na ação".

Membro da secretaria executiva do Fórum de ONGs/Aids, Renato Da Matta aponta que setores conservadores e grupos religiosos contribuíram para enfraquecer as campanhas e a discussão do tema nas escolas.

"Estamos vendo jovens de 13, 14 anos se infectando e não podemos entrar nas escolas e falar sobre isso. O Brasil está criando uma nova geração de infectados pela aids", alerta.

Preconceitos em relação à doença também são responsáveis pela desinformação, segundo Da Matta. Para ele, a doença foi banalizada por parte da população.

"As pessoas perderam o medo da aids. Hoje, elas têm a ideia de que você toma um remedinho e fica tudo bem. Não é assim. A aids é considerada uma doença crônica degenerativa".

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