Brasil

OAB-RJ recorre à OEA contra prisão de manifestantes

Será criado um grupo de trabalho para elaborar parecer técnico sobre "ilegalidades específicas" da prisão de 23 ativistas no Rio de Janeiro

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 17h21.

Rio - A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ) pretende denunciar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) o que considera "violações de direitos humanos e de garantias constitucionais" no inquérito e no processo movido contra 23 ativistas que participaram de protestos na cidade, desde junho de 2013.

Para isso, será criado um grupo de trabalho composto por professores, advogados e cidadãos que vão elaborar um parecer técnico sobre as "ilegalidades específicas" do processo judicial.

A decisão foi tomada durante o Ato de Defesa da Democracia Contra a Criminalização da Liberdade de Manifestação, realizado nesta terça-feira, 22, na sede da OAB-RJ, no centro, com participação de cerca de 200 pessoas.

Os deputados federais Chico Alencar (PSOL), Jandira Fehgalli (PC do B) e Jean Willys (PSOL) e a deputada estadual Janira Rocha (PSOL) participaram do ato.

Janira deu carona em carro oficial da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para três ativistas que nessa segunda-feira, 21, pediram asilo diplomático ao Consulado do Uruguai.

O advogado Marino D'Icarahy, representante de 15 dos 23 ativistas, afirmou que ainda não teve acesso à íntegra do processo, que possui mais de duas mil páginas, divididas em pelo menos oito volumes.

Ele acrescentou que nem mesmo o desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Rio, que concedeu habeas-corpus aos manifestantes, teve acesso ao inquérito. O juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal decretou as prisões na sexta-feira, 18.

"Quando os advogados não conseguem exercer a defesa de seus clientes, tem algo errado (no trâmite judicial) e é hora de fazer um manifesto como este. Independentemente do tipo de processo, as garantias legais têm que ser respeitadas e o advogado tem que ter acesso ao processo", afirmou o vice-presidente da OAB-RJ, Ronaldo Cramer.

"Estamos aqui contra atitudes arbitrárias de órgãos que deveriam garantir a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito", disse o ex-presidente da OAB-RJ, Wadih Damous. Cinco ativistas já foram presos, entre eles Elisa Quadros Sanzi, a Sininho. A polícia está em busca dos 18 foragidos desde sábado (19).

Acompanhe tudo sobre:Advogadoscidades-brasileirasMetrópoles globaisPolítica no BrasilProtestosProtestos no BrasilRio de Janeiro

Mais de Brasil

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'

Acidente de ônibus deixa 38 mortos em Minas Gerais