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'O Zé nunca foi dinheirista', afirma defensor

O criminalista Roberto Podval defende o ex-ministro José Dirceu

Ex-ministro José Dirceu preso na Operação Pixuleco (Roberto Barroso/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2015 às 12h18.

Curitiba e São Paulo - O criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) - preso na Operação Pixuleco, 17.º capítulo da Lava Jato -, afirmou na quinta-feira, 6, que 'o Zé nunca foi dinheirista'.

Após acompanhar o depoimento do irmão do ex-ministro, advogado Luiz Eduardo Oliveira e Silva, que também foi preso na Pixuleco, Roberto Podval declarou que "é estúpida" a suspeita da Lava Jato de que José Dirceu era o chefe da organização que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014 para desvios, fraudes e propinas.

"Podem fazer a crítica que quiserem, podem gostar dele (Dirceu) ou não, o público pode odiá-lo, mas o Zé nunca foi dinheirista, não é a história dele. Zé nunca foi atrás de dinheiro. Colocarem ele como chefe de quadrilha é uma coisa estúpida. Aí eu vejo delator (Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras) entregando 249 milhões de reais e o Zé pedindo dinheiro para sobreviver. Isso não é chato? Aí ele é o chefe de quadrilha? É a coisa mais estúpida que ouvi. O chefe da quadrilha precisa de dinheiro para sobreviver, enquanto o subalterno tem 250 milhões para entregar à Justiça? Esse mundo tá maluco. Tem que ver o papel de cada um nessa história."

Podval destacou que "até hoje nenhum dos delatores falou do Zé recebendo no exterior".

"Quase todos se transformaram em delatores, nenhum falou dele. O Zé não tem porque não tem (dinheiro). Não era o objetivo dele. O objetivo dele é fazer política. Esse homem não ficou rico."

A PF diz que a empresa do ex-ministro JD Assessoria e Consultoria faturou R$ 39 milhões em oito anos, valor supostamente com origem em propinas do esquema Petrobras. A PF diz que Dirceu continuou recebendo propinas mesmo depois de preso na Papuda, em Brasília, condenado no Mensalão por corrupção ativa a 7 anos e 11 meses.

Segundo Podval, o irmão do ex-ministro admitiu à Polícia Federal ter procurado empresas para pedir dinheiro, quando Dirceu já estava preso. "O Luiz Eduardo (irmão de Dirceu) contou, esclareceu tudo.

Ele procurou, sim, empresas com as quais a JD Assessoria e Consultoria já tinha contratos. Algumas ajudaram, 10 mil reais, 20 mil reais, outras não. Estava numa situação grave, com dívidas. Ora, não tem sentido o irmão ficar pedindo dinheiro e aí dizem que o Zé ficou rico."

Roberto Podval afirmou que o ex-ministro não vai fazer delação premiada. "O Zé morre na cadeia, mas o Zé não faz delação. É só conhecer o Zé Dirceu. Não é um homem que busque enriquecer, não é esse o objetivo da vida dele. Não é um homem que admite fazer delação, pela sua própria estrutura. Ele é um dos dois ou três que morrerão sem fazer delação."

O criminalista rebateu a informação de que Dirceu tentou ocultar patrimônio ao vender para um ex-sócio dele na JD Assessoria a casa onde mora sua mãe, em Passa Quatro (MG).

"Esse patrimônio não foi ocultado. O imóvel já estava registrado no nome dele (Júlio César). Essa relação está esclarecida, a casa foi passada para o nome dele (Julio César), não foi escondido não. É bom que se diga. A casa da mãe, a casa do irmão, a casa do Zé, isso não tem nenhuma comparação com o patrimônio dos que estão aí fazendo as delações. Os valores que estão colocados, estou falando dos operadores (de propinas), dos delatores que saíram correndo para delatar todo mundo e que se colocaram como os bonzinhos da história. Todos eles têm fortunas, fortuna que nenhum de nós conseguiu ter. Por isso, é importante tratar as coisas como elas são."

O criminalista disse que visitou Dirceu na Custódia da PF em Curitiba, base da Lava Jato. Garantiu que o ex-ministro não falou nada sobre a falta de apoio do PT.

"Eu conversei longamente com o Zé. Ele está muito sereno. O Zé não está trabalhando muito com política partidária. Ele entende a situação do País, todo mundo muito preocupado com isso. A preocupação dele hoje é a defesa dele, desfazer esse imbróglio em que foi colocado. Não vi mágoa dele com o PT, nem cobrança do PT, nem expectativas (de apoio do partido). Está muito sereno."

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Após acompanhar o depoimento do irmão do ex-ministro, advogado Luiz Eduardo Oliveira e Silva, que também foi preso na Pixuleco, Roberto Podval declarou que "é estúpida" a suspeita da Lava Jato de que José Dirceu era o chefe da organização que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014 para desvios, fraudes e propinas.

"Podem fazer a crítica que quiserem, podem gostar dele (Dirceu) ou não, o público pode odiá-lo, mas o Zé nunca foi dinheirista, não é a história dele. Zé nunca foi atrás de dinheiro. Colocarem ele como chefe de quadrilha é uma coisa estúpida. Aí eu vejo delator (Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras) entregando 249 milhões de reais e o Zé pedindo dinheiro para sobreviver. Isso não é chato? Aí ele é o chefe de quadrilha? É a coisa mais estúpida que ouvi. O chefe da quadrilha precisa de dinheiro para sobreviver, enquanto o subalterno tem 250 milhões para entregar à Justiça? Esse mundo tá maluco. Tem que ver o papel de cada um nessa história."

Podval destacou que "até hoje nenhum dos delatores falou do Zé recebendo no exterior".

"Quase todos se transformaram em delatores, nenhum falou dele. O Zé não tem porque não tem (dinheiro). Não era o objetivo dele. O objetivo dele é fazer política. Esse homem não ficou rico."

A PF diz que a empresa do ex-ministro JD Assessoria e Consultoria faturou R$ 39 milhões em oito anos, valor supostamente com origem em propinas do esquema Petrobras. A PF diz que Dirceu continuou recebendo propinas mesmo depois de preso na Papuda, em Brasília, condenado no Mensalão por corrupção ativa a 7 anos e 11 meses.

Segundo Podval, o irmão do ex-ministro admitiu à Polícia Federal ter procurado empresas para pedir dinheiro, quando Dirceu já estava preso. "O Luiz Eduardo (irmão de Dirceu) contou, esclareceu tudo.

Ele procurou, sim, empresas com as quais a JD Assessoria e Consultoria já tinha contratos. Algumas ajudaram, 10 mil reais, 20 mil reais, outras não. Estava numa situação grave, com dívidas. Ora, não tem sentido o irmão ficar pedindo dinheiro e aí dizem que o Zé ficou rico."

Roberto Podval afirmou que o ex-ministro não vai fazer delação premiada. "O Zé morre na cadeia, mas o Zé não faz delação. É só conhecer o Zé Dirceu. Não é um homem que busque enriquecer, não é esse o objetivo da vida dele. Não é um homem que admite fazer delação, pela sua própria estrutura. Ele é um dos dois ou três que morrerão sem fazer delação."

O criminalista rebateu a informação de que Dirceu tentou ocultar patrimônio ao vender para um ex-sócio dele na JD Assessoria a casa onde mora sua mãe, em Passa Quatro (MG).

"Esse patrimônio não foi ocultado. O imóvel já estava registrado no nome dele (Júlio César). Essa relação está esclarecida, a casa foi passada para o nome dele (Julio César), não foi escondido não. É bom que se diga. A casa da mãe, a casa do irmão, a casa do Zé, isso não tem nenhuma comparação com o patrimônio dos que estão aí fazendo as delações. Os valores que estão colocados, estou falando dos operadores (de propinas), dos delatores que saíram correndo para delatar todo mundo e que se colocaram como os bonzinhos da história. Todos eles têm fortunas, fortuna que nenhum de nós conseguiu ter. Por isso, é importante tratar as coisas como elas são."

O criminalista disse que visitou Dirceu na Custódia da PF em Curitiba, base da Lava Jato. Garantiu que o ex-ministro não falou nada sobre a falta de apoio do PT.

"Eu conversei longamente com o Zé. Ele está muito sereno. O Zé não está trabalhando muito com política partidária. Ele entende a situação do País, todo mundo muito preocupado com isso. A preocupação dele hoje é a defesa dele, desfazer esse imbróglio em que foi colocado. Não vi mágoa dele com o PT, nem cobrança do PT, nem expectativas (de apoio do partido). Está muito sereno."

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