O que sobra para os derrotados
É possível perder uma eleição e ainda assim se cacifar politicamente? Para um grupo de derrotados no domingo, sim. Um exemplo está no Rio. Enquanto o candidato eleito, Marcelo Crivella, comemorava a vitória em um clube na Zona Oeste da cidade na noite de domingo, o adversário Marcelo Freixo reunia milhares de pessoas na Cinelândia. […]
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2016 às 05h28.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h39.
É possível perder uma eleição e ainda assim se cacifar politicamente? Para um grupo de derrotados no domingo, sim. Um exemplo está no Rio. Enquanto o candidato eleito, Marcelo Crivella, comemorava a vitória em um clube na Zona Oeste da cidade na noite de domingo, o adversário Marcelo Freixo reunia milhares de pessoas na Cinelândia. Os mais de um milhão de votos recebidos cacifaram o deputado estadual para voos maiores nos próximos anos – pelo menos na teoria.
Menos de 48 horas depois do resultado do segundo turno das eleições, a possibilidade mais provável é de que Freixo concorra a uma vaga ao Senado em 2018, quando há duas cadeiras em disputa. Mas ele também admite concorrer à Câmara, num projeto mais seguro e que ajudaria a puxar votos para o partido. Sem surpresa, outro derrotado na eleição municipal que deve tentar o cargo de senador é Flávio Bolsonaro, que fez 424.000 votos no primeiro turno.
O futuro de outros derrotados nas eleições deste ano também está sendo decidido dentro dos paritdos. Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, aparece entre os prováveis candidatos a presidente do Partido dos Trabalhadores, que deve passar por uma reconstrução nos próximos anos. Para as eleições, a dúvida é se ele deve tentar uma vaga ao Senado ou mesmo à presidência da República, o que pode parecer ousado para alguém que acabou de perder no primeiro turno uma disputa de reeleição.
Outro derrotado em São Paulo que pode tentar a presidência é Celso Russomanno, do PRB. Com a vitória no Rio, o partido ligado à Igreja Universal passa a querer alçar voos mais altos e Russomanno parece como o principal nome nesse momento.
Claro que há derrotas com cara de derrota mesmo, sem mais. Luciana Genro, do PSOL, ex-candidata a presidente, não chegou ao segundo turno na disputa em Porto Alegre. Foi o mesmo caso de Marta Suplicy, que trocou o PT pelo PMDB de olho em voos nacionais, mas fracassou em São Paulo. Para uns, a torcida é que 2018 chegue logo. Para outros, que demore uma eternidade. Para todos, faltam exatos dois anos até que os brasileiros voltem às urnas.