O que sabemos sobre o desastre das barragens em Minas Gerais
Barragem que se rompeu passava por obras, afirma Samarco
Raphael Martins
Publicado em 6 de novembro de 2015 às 18h14.
Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 12h45.
São Paulo – A semana que se encerra ficou marcada pelo desmoronamento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco nesta quinta-feira (5) no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais . Mesmo com incessantes trabalhos de busca no município de Mariana, ainda não se sabe ao certo quais as causas, o número de mortos e de desaparecidos na tragédia.
O que há de confirmado é uma morte e 500 moradores de áreas afetadas resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Abalos sísmicos foram registrados na região, mas não foram confirmados como causa. Outra possibilidade é erro humano, já que a barragem passava por uma obra para aumentar a capacidade de uma das represas no momento do rompimento.
Até o final desta sexta-feira (6), 13 funcionários da Samarco estavam desaparecidos. Os Bombeiros chegaram a declarar que os desaparecidos no incidente poderiam ser dados como mortos.
As barragens tinham as certificações legais e garantias de estabilidade. De acordo com Ricardo Vescovi, presidente da empresa, foram vistoriadas por autoridades ambientais em julho de 2015 e os laudos foram emitidos em setembro.
O desmoronamento liberou 62 milhões de metros cúbicos de água e rejeitos de mineração. Santarém tinha 7 milhões de metros cúbicos, o total da capacidade. Fundão tinha 55 dos 60 milhões de metros cúbicos da capacidade total. Uma terceira está sendo investigada quanto a riscos de novo desmoronamento.
Os estragos chegaram até a cinco distritos vizinhos: Águas Claras, Ponte do Grama, Bento Rodrigues, Paracatu, Pedras. Até a cidade de Barra Longa, a 70 quilômetros do local foi atingida.
O último desastre do tipo mesmo tipo em Minas Gerais aconteceu em setembro de 2014. Foi o desmoronamento de uma barragem de mesmo tipo em Itabirito, região central do estado, de responsabilidade da Herculano Mineração. Três morreram e houve um ferido.
Veja no infográfico abaixo alguns números da Fundação Estadual do Meio Ambiente (MG) sobre barragens no estado e outros divulgados pela prefeitura de Mariana sobre o acidente.