Brasil

O que os ciclistas podem e não podem fazer no trânsito

Saiba quais são os direitos e deveres de ciclistas, motoristas e pedestres para evitar acidentes com bicicletas

Na ausência de ciclovias, ciclistas devem tomar cuidados extra com o trânsito (Adriano Aurelio Araujo/Flickr)

Na ausência de ciclovias, ciclistas devem tomar cuidados extra com o trânsito (Adriano Aurelio Araujo/Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2012 às 18h57.

São Paulo – Um acidente na Avenida Paulista, que culminou com a morte de uma ciclista na manha desta sexta-feira, chamou atenção para um problema que, só no ano de 2010, fez 49 vítimas fatais em São Paulo: a falta de segurança para utilizar bicicletas como meio de transporte na cidade.

A falta de infraestrutura adequada e o desrespeito dos motoristas são fatores que colocam vidas em risco todos os dias. Mas a imprudência dos ciclistas também pode ter consequências desastrosas para pedestres e para eles próprios.

Segundo Cleber Ricci Anderson, co-fundador da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo e ciclista há mais de 30 anos, pedalar na cidade requer cuidados.

“O ideal é evitar grandes avenidas, como a Paulista, porque o perigo sempre é maior. Mas às vezes é impossível”, reconhece. Para Anderson, o cenário ideal seria a construção de uma ciclovia na avenida. Mas, para diminuir os riscos, os ciclistas também devem conhecer bem seus direitos e deveres.

Confira algumas regras e boas práticas que devem ser adotadas pelos ciclistas no trânsito:

Andar na faixa da direta

A bicicleta é um veículo como qualquer outro, por isso tem o direito de trafegar nas ruas normalmente. Como se trata de um veículo de menor velocidade, o ideal é que o ciclista trafegue sempre pela pista da direita, guardando um metro e meio de distância da guia.

“Na Paulista, é comum as pessoas andarem pela segunda faixa porque na direita tem uma faixa preferencial de ônibus”, explica Anderson. A recomendação do ciclista, mesmo neste caso, é seguir pela faixa da direita. “O ônibus deve ultrapassar o ciclista de maneira segura, se ele estiver andando muito devagar”, diz.

Embora respaldada pela lei, a questão é controversa. O site Vá de Bike, por exemplo, recomenda evitar a faixa: “Alguns motoristas não têm a menor paciência com ciclistas, porque precisam sair da pista exclusiva para ultrapassa-los e os motoristas dos carros não deixam. Se o trânsito estiver pesado e o fluxo estiver lento-quase-parado, é melhor tentar trafegar pela pista da esquerda.”


Ultrapassar com segurança

Se o ciclista for mais rápido que o veículo que está à sua frente, ele pode optar pela ultrapassagem. Neste caso, a recomendação é fazer a troca de faixa com cautela, com a certeza de que os motoristas que estão ao redor estão cientes de sua posição. O ideal, segundo Anderson, é mudar de faixa somente em situações de congestionamento ou quando a faixa da direita estiver obstruída.


Nunca andar na contramão

A ideia de que andar na contramão dos carros é mais rápido e seguro é um mito. No cruzamento, é bem provável que os motoristas estejam olhando para o lado oposto àquele em que ciclista trafega, o que aumenta o risco de acidentes. Da mesma forma, andar no sentido oposto ao dos carros aumenta as chances de choques frontais, muito mais perigosos e letais.

Controlar a velocidade

Um ciclista experiente pode alcançar, eu uma ladeira, velocidade superior a 90 quilômetros por hora. Assim como o motorista de qualquer outro veículo, ele deve respeitar o limite de velocidade da via em que trafega. O especialista recomenda procurar pedalar o mais rápido possível em avenidas e não abusar em descidas.

Respeitar os faróis

Como o condutor de qualquer outro veículo, o ciclista deve respeitar faróis, placas de trânsito e faixas de pedestre. “Se o ciclista para na faixa de pedestre, ocupa uma área muito grande e atrapalha as pessoas na hora de atravessar”, diz Anderson.

Evitar as calçadas

A calçada é de uso preferencial dos pedestres. Caso seja necessário andar por ela em algum trecho, o ciclista deve usar o bom senso e descer da bicicleta. “Por lei, a calçada é do pedestre”, diz Anderson.


Cuidado nos cruzamentos

Segundo a CET, a maioria dos acidentes com ciclistas ocorre nos cruzamentos. A dica é evitar ficar posicionado junto à calçada, se você pretende seguir em frente no cruzamento, pois o carro imediatamente ao lado pode virar à direita. Quando as condições de tráfego permitirem, o ideal é ocupar toda a faixa da via.

Cuidado na conversão à esquerda

Se for fazer conversão à esquerda, como outro veículo, sinalize sua intenção antes, posicione-se à esquerda e faça a conversão certificando-se que não há tráfego na direção oposta ou transversal. Esta manobra é recomendada somente para ciclistas experientes. Se você não tem experiência, faça a conversão à esquerda em duas etapas, usando as faixas de travessia de ciclistas ou, na ausência destas, paralelo às faixas de travessia de pedestres.

Cuidado com as portas

Portas abertas repentinamente são armadilhas perigosas para os ciclistas. A recomendação da CET é circular a uma distância de pelo menos 1 metro dos carros estacionados.

Sinalizar as intenções

Outra recomendação da CET aos ciclistas é sinalizar todas as conversões e paradas com antecedência, utilizando os braços e mãos: “Confira a situação do trânsito olhando sobre os ombros e só faça o movimento pretendido quando as condições forem totalmente seguras”.

Acompanhe tudo sobre:Bicicletascidades-brasileirasMetrópoles globaissao-pauloSetor de transporteTransporte e logística

Mais de Brasil

PT pede cassação de chapa do PL que elegeu Jair Renan Bolsonaro por suposta fraude na cota de gênero

Instituto Butantan pede registro de vacina contra dengue à Anvisa

Como dar entrada no seguro-desemprego? Veja o passo a passo