O que leva um casal a fazer pacto de morte
Um casal foi encontrado morto num hotel de São Paulo no último domingo e há suspeita de suicídio. Veja o que diz a psicóloga Maria Rita D'Angelo Seixas
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de abril de 2017 às 08h45.
Última atualização em 20 de abril de 2017 às 20h22.
São Paulo — Entrevista com Maria Rita D'Angelo Seixas, doutora em Psicologia, terapeuta familiar e professora aposentada da Unifesp, sobre a morte de um casal de jovens num hotel de São Paulo no último dia 16. Há suspeita de que o casal tenha se suicidado.
1. O que pode motivar um casal a fazer um pacto de morte?
Neste caso, não temos elementos para concluir nada. Mas, considerando a idade deles, isso poderia ser consequência de um romantismo exacerbado, associado a algum problema que eles consideravam incontornável e com potencial para separá-los.
2. Os jovens são mais suscetíveis a essas atitudes?
Sem dúvida. Não sei se eles tinham religião, mas a romantização de um amor eterno, que permanece após a morte, é algo que pega muitos jovens. Eles estão no início da vida afetiva e muitas vezes têm a fantasia de que a primeira paixão é para toda a vida.
3. Poderia haver aspectos patológicos envolvidos?
Não sei se podemos aventar essa hipótese. Esses casos podem envolver uma depressão motivada por um fator externo — doença ou resistência da família ao relacionamento — e um medo de perder um amor arduamente conquistado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.