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O que esperar do discurso de Bolsonaro na Assembleia da ONU

Como é tradição desde 1947, o Brasil abre os pronunciamentos. A fala sempre dá o tom da diplomacia brasileira, e respostas às pressões internacionais sobre questões locais

Presidente Jair Bolsonaro. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Presidente Jair Bolsonaro. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 21 de setembro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 21 de setembro de 2021 às 09h58.

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O presidente brasileiro Jair Bolsonaro faz o primeiro discurso de abertura dos chefes de Estado na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), a partir das 10 horas (horário de Brasília) desta terça-feira, 21. Logo depois quem fala é o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O evento, que começou no fim de semana, reúne lideranças políticas para debater grandes temas globais, principalmente a pandemia de covid-19.

Como é tradição desde 1947, o Brasil abre os pronunciamentos. A fala sempre dá o tom da diplomacia brasileira, e respostas às pressões internacionais sobre questões locais. Bolsonaro deve abordar três principais temas: meio ambiente, retomada econômica do país e vacinação contra o coronavírus -- apesar de ele mesmo não ter se vacinado, ou não ter confirmado a vacinação publicamente.

Antes mesmo de desembarcar para Nova York, o presidente brasileiro passou por uma saia justa ao quase ser barrado de entrar no prédio da ONU. Isso porque a organização debateu a exigência de vacinação para estar na reunião dos líderes mundiais, mas decidiu liberar a obrigatoriedade.

Na segunda-feira, 20, um diplomata da comitiva foi diagnosticado com a covid-19. De acordo com reportagem de EXAME, o presidente não teve contato com o servidor público, que está isolado.

É esperado que o presidente anuncie em seu discurso uma doação de vacinas contra a covid-19 a países da América Latina que estão com maior dificuldade. O Brasil tem um total de 632.512.770 de doses contratadas com a Fiocruz/AstraZeneca, Instituto Butantan/Sinovac, Pfizer/BioNTech, Janssen, e pelo consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O presidente ainda deve abordar o avanço da vacinação no país. O Brasil já vacinou, com pelo menos a primeira dose, mais de 141 milhões de pessoas, o que corresponde a 66% da população, ultrapassando os Estados Unidos (com 63%). Olhando para as pessoas totalmente imunizadas, o Brasil está bem atrás (35% contra 54%).

Outro ponto que o presidente brasileiro deve falar é da economia brasileira, com o tom de retomada do crescimento. Na semana passada, o Ministério da Economia manteve a projeção de crescimento para 2021, de 5,3%, mas piorou a estimativa de inflação, de 5,9% para 7,9%.

Sofrendo pressão internacional, Bolsonaro falará sobre o desmatamento. Na segunda-feira, inclusive, teve uma reunião bilateral com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson e o tema foi uma das pautas do encontro. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, faz parte da comitiva na ONU.

Mas os dados depõem contra o país. De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ, 2021 caminha para ter a segunda maior área queimada no Pantanal em 10 anos. O Brasil também enfrenta a maior crise hídrica dos últimos 90 anos, que geram problemas na produção de energia.

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