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O oráculo Lula

Nas últimas semanas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou o tamanho da influência que mantém sobre o PT, ainda que não ocupe cargos públicos há sete anos. Tal domínio será mostrado mais uma vez nesta quinta-feira 19. O ex-presidente viaja a Brasília para dar a palavra final no posicionamento da bancada petista nas eleições […]

LULA: o processo para que sua volte não se dê começa este ano com a reforma da previdência / Agência Brasil (./Agência Brasil)

LULA: o processo para que sua volte não se dê começa este ano com a reforma da previdência / Agência Brasil (./Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 06h07.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h17.

Nas últimas semanas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou o tamanho da influência que mantém sobre o PT, ainda que não ocupe cargos públicos há sete anos. Tal domínio será mostrado mais uma vez nesta quinta-feira 19. O ex-presidente viaja a Brasília para dar a palavra final no posicionamento da bancada petista nas eleições de presidente da Câmara dos Deputados, que acontece em fevereiro. Os deputados petistas estão rachados entre aqueles que preferem apoiar um nome da oposição para garantir um lugar na Mesa Diretora e os que não aceitam compactuar com quem trabalhou pelo impeachment de Dilma Rousseff.

O poder de articulação de Lula parece crescer ainda que angarie rejeição nas pesquisas de opinião e se veja envolvido em cinco denúncias de corrupção na Justiça, três delas na Operação Lava-Jato. Em contraposição, sua intenção de voto na última pesquisa Datafolha cresceu de 17% para 25% e a rejeição diminuiu de 57% para 44%, de março a dezembro de 2016. Como explicar?

A rejeição ao governo Temer disparou de 23% para 45%, com boa parte dos eleitores vendo pouca diferença entre o governo peemedebista em relação ao petista, dada a retomada na economia mais lenta do que se esperava. Entre seu eleitorado, Lula ganha pontos ao travar uma guerra com o Judiciário, tentando desacreditar investigadores de Curitiba. Depois da pirotecnia na apresentação da primeira denúncia contra ele — aquela dos slides de bolinha —, a estratégia pegou.

O ex-presidente passou a se autoproclamar candidato à presidência em 2018. Agora, volta a ditar os passos políticos que o partido vai dar. “O PT poderia aproveitar o momento de baixa para um processo de renovação, de reinvenção. Não vejo isso nos discursos do partido”, diz o cientista político do Insper Fernando Schüler. Lula pode até atrair a militância – conquistar eleitores fora do PT é que são elas.

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