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O governo sem Serra

A quinta-feira será de intensas negociações em Brasília. José Serra (PSDB-SP), entregou na noite de ontem carta de demissão do ministério das Relações Exteriores alegando questões de saúde. O tucano tem um problema na coluna cervical e não se recuperou de uma cirurgia a que foi submetido em dezembro. A equipe médica o recomendou quatro meses […]

JOSÉ SERRA: o tucano tem um problema na coluna cervical e não se recuperou de uma cirurgia a que foi submetido em dezembro / FotoArena / Getty Images (FotoArena/Getty Images)

JOSÉ SERRA: o tucano tem um problema na coluna cervical e não se recuperou de uma cirurgia a que foi submetido em dezembro / FotoArena / Getty Images (FotoArena/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 06h26.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h38.

A quinta-feira será de intensas negociações em Brasília. José Serra (PSDB-SP), entregou na noite de ontem carta de demissão do ministério das Relações Exteriores alegando questões de saúde. O tucano tem um problema na coluna cervical e não se recuperou de uma cirurgia a que foi submetido em dezembro. A equipe médica o recomendou quatro meses de tratamento intensivo, período no qual não poderia viajar de avião nem realizar suas atividades rotineiras. Serra, que deve retornar ao Senado, é o sétimo ministro do governo Michel Temer a deixar o cargo.

Sua saída abre novas portas na disputa política no governo. Além das Relações Exteriores, o ministério da Justiça também está vago, com a ida de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal. Como as duas pastas estavam nas mãos do PSDB, analistas afirmam que o partido deve ser privilegiado na sucessão de ao menos uma delas. O senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, de São Paulo, é um dos nomes cotados para a vaga de Serra. Mas é possível que a saída inesperada leve a uma dança das cadeiras no governo. “O PSDB pode deixar o Itamaraty de lado e pleitear outro ministério”, diz o cientista política Sérgio Praça. “Dentro do partido, não há ninguém à altura de Serra”.

A troca também pode ser uma oportunidade para o governo privilegiar o ministério das Relações Exteriores, que estava em alta no início de governo mas foi murchando com o passar dos meses. “Ele conseguiu pequenas mudanças na dinâmica interna do Mercosul, mas sem muito resultado comercial de fato. O tempo é curto para projetos substantivos”, diz Ricardo Sennes, sócio da consultoria política Prospectiva. A questão é saber se o governo de fato está preocupado com uma agenda internacional.

Outro ponto a ser analisado é como a troca muda o jogo político para 2018. Serra, segundo relatos, se sentia subaproveitado no Itamaraty, enquanto a equipe econômica acumula bons resultados, e o mundo político pega fogo. Aos 74 anos, o tucano nutre o sonho de ser presidente e deveria embaralhar as disputas com Geraldo Alckmin e Aécio Neves no PSDB. Com Serra no estaleiro, como fica a corrida entre os tucanos? É mais uma questão que começa a ser respondida a partir desta quinta-feira.

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