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O dia D de Cunha?

Mais uma vez, o Brasil acorda com a possibilidade de o Conselho de Ética aprovar o relatório que pede a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha. Mais uma vez, não se sabe qual será o desfecho. A agora folclórica deputada Tia Eron pode desempatar a votação e definir os rumos do processo. Os 245 dias […]

EDUARDO CUNHA: deputado está afastado da presidência da casa há algumas semanas / Adriano Machado / Reuters (Adriano Machado/Reuters)

EDUARDO CUNHA: deputado está afastado da presidência da casa há algumas semanas / Adriano Machado / Reuters (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2016 às 06h48.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h28.

Mais uma vez, o Brasil acorda com a possibilidade de o Conselho de Ética aprovar o relatório que pede a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha. Mais uma vez, não se sabe qual será o desfecho. A agora folclórica deputada Tia Eron pode desempatar a votação e definir os rumos do processo.

Os 245 dias nos quais o Conselho de Ética analisa seu processo, porém, provam que, com Cunha, nada é certo. Mesmo que o Conselho dê prosseguimento ao processo, ainda há a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ali a tentativa é garantir apenas uma suspensão para o deputado.

Cunha tem peso político, o que faz de seu destino uma questão fundamental para o Congresso, e para o governo. Nos bastidores, fala-se que o número de deputados fiéis a Cunha gira entre 150 e 180. O governo negou formalmente que atuasse na salvação do deputado. Apesar disso, suas digitais estão por todo o lado: Gustavo Rocha, Felipe Cascaes e Erick Vidigal, todos indicados de Cunha, foram nomeados no Jurídico da Casa Civil. Na Secretaria de Governo, Carlos Henrique Sobral, ex-assessor especial de Cunha, chefia o gabinete de Geddel Vieira Lima. Até a nomeação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é atribuída a ele. Cunha, claro, nega tudo.

O novo líder do governo na Câmara, André Moura, é outra “nomeação” creditada a Cunha. Sua proximidade com o presidente afastado é inegável. O discurso, distante: “Temos trabalhado para que essa questão não contamine a pauta de interesse do governo”, disse a EXAME Hoje.

De qualquer forma, nos últimos dias, o enfraquecimento de Cunha é fato consumado. O juiz Sérgio Moro aceitou na semana passada a denúncia do Ministério Público que acusa sua esposa, Claudia Cruz, de ter recebido propina. Ontem, o Ministério Público entrou com uma ação civil pedindo a suspensão de seus direitos políticos. Até aliados de Cunha, como o deputado Carlos Marum, têm admitido que ele precisa renunciar à presidência para negociar uma “saída política” de seu imbróglio. Cunha, pelo que mostrou até aqui, não é do tipo que desiste fácil.

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