Brasil

Novo delator da Lava Jato detalha elos com José Dirceu

Em troca da delação, na segunda-feira, 29, Pascowitch deixou a Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Lava Jato, após 39 dias preso


	José Dirceu teria indicado o engenheiro Renato Duque para cargo estratégico na Petrobras. Duque está preso por suspeita de corrupção passiva
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

José Dirceu teria indicado o engenheiro Renato Duque para cargo estratégico na Petrobras. Duque está preso por suspeita de corrupção passiva (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 10h59.

Curitiba e São Paulo - O lobista Milton Pascowitch - novo delator da Operação Lava Jato - detalhou suas ligações com o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil no governo Lula) em acordo de delação premiada fechado com a Procuradoria. Para a força-tarefa da Operação Lava Jato, as revelações de Pascowitch são importantes para definir as próximas linhas da investigação sobre o ex-ministro.

Em troca da delação, na segunda-feira, 29, Pascowitch deixou a Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Lava Jato, após 39 dias preso.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, homologou a colaboração e autorizou prisão domiciliar para Pascowitch, monitorado com tornozeleira eletrônica - a exemplo de alguns dos principais empreiteiros do País também alvos da investigação sobre corrupção e cartel na Petrobras.

Dirceu teria indicado o engenheiro Renato Duque para cargo estratégico na estatal petrolífera, no comando da Diretoria de Serviços. Duque está preso, por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Pascowitch é suspeito de operar propina para a empreiteira Engevix. Seu elo com o PT e com o ex-ministro Dirceu são peças centrais da delação que ele acaba de fechar com a força-tarefa da Lava Jato.

Os investigadores insistiram, nas audiências com o novo delator, em esmiuçar as relações da empresa de Pascowitch com a JD Assessoria e Consultoria, do ex-ministro em sociedade com um irmão, que é advogado, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva.

A JD, segundo o criminalista Roberto Podval, defensor de Dirceu, já encerrou suas atividades.

A PF suspeita de lavagem de dinheiro na compra da casa onde funcionou a JD Assessoria. A JD, segundo investigadores, teria captado propinas de empresas do cartel da Petrobras por meio de contratos fictícios. Dirceu, por sua assessoria, nega taxativamente irregularidades no negócio.

Os investigadores identificaram que Pascowitch pagou R$ 400 mil do imóvel comprado pelo ex-ministro, em 2012, onde funcionou a sede da empresa de consultoria de Dirceu em São Paulo.

Ao todo, uma das empresas de Pascowitch, a Jamp Engenheiros Associados, pagou R$ 1,4 milhão para o ex-ministro entre 2011 e 2012, por supostas consultorias prestadas para a Engevix, no exterior.

Acompanhe tudo sobre:José DirceuOperação Lava JatoPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Quem é Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo

Sobe para 41 número de mortos em acidente em Minas Gerais

Avião cai em Gramado, na Serra Gaúcha, e não deixa sobreviventes