Repórter
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 08h12.
O senador Weverton Rocha deve apresentar nesta segunda-feira, 8, o relatório da nova Lei de Crimes de Responsabilidade, proposta que atualiza a legislação do impeachment e redefine regras para apresentação de denúncias contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades.
O texto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ainda sem data, em meio à reação do Senado à decisão liminar de Gilmar Mendes que restringiu a possibilidade de afastamento de integrantes da Corte.
Weverton afirmou ao GLOBO que a decisão do ministro força a Casa a votar as mudanças até o fim do ano. Uma versão preliminar do relatório já circula entre os senadores e a redação final deve ser apresentada nesta segunda-feira.
O projeto foi elaborado por uma comissão de juristas presidida pelo então ministro Ricardo Lewandowski, a pedido do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco. A proposta substitui a legislação de 1950 e redesenha quem pode protocolar denúncias e quais autoridades estão sujeitas às novas regras.
A prévia do relatório mantém a essência do texto dos juristas. O projeto retira do cidadão a possibilidade de apresentar individualmente pedidos de impeachment contra ministros do STF e outras autoridades. Pela nova redação, apenas partidos com representação no Congresso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entidades de classe e sindicatos nacionais ou estaduais poderão protocolar denúncias.
Cidadãos continuam autorizados, mas apenas por meio de iniciativa popular qualificada, com requisitos semelhantes aos de projetos de lei. A minuta estabelece o patamar de 1,6 milhão de assinaturas, equivalente a cerca de 1% do eleitorado.
O texto também amplia o conjunto de autoridades alcançadas e detalha condutas consideradas crimes de responsabilidade. A proposta cria um procedimento escalonado de análise, fixa parâmetros de julgamento e define regras de dosimetria das penas.
A legislação revista abrangerá:
• Presidente da República
• Ministros de Estado
• Ministros do STF
• Membros de tribunais superiores
• Integrantes do Ministério Público
• Comandantes das Forças Armadas
• Conselheiros do CNJ e do CNMP
• Governadores e secretários estaduais
A CCJ será a primeira etapa de tramitação. Após análise e votação no colegiado, o projeto segue para o plenário do Senado.
*Com informações do O Globo