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Guido Mantega é preso em nova fase da Lava Jato

Em nova fase da operação Lava Jato, a Polícia Federal foi à casa do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega


	Guido Mantega: ex-ministro estava acompanhando a esposa no hospital no momento da prisão
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Guido Mantega: ex-ministro estava acompanhando a esposa no hospital no momento da prisão (Ueslei Marcelino/Reuters)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 08h38.

São Paulo - A Polícia Federal (PF) prendeu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, na 34ª fase da operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira (22).

Mantega estava no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde sua mulher recebe tratamento médico.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, estão sendo cumpridos 8 mandados de prisão temporária, 8 mandados de condução coercitiva e 32 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul.

Além de Mantega, são alvos desta fase, batizada de Arquivo X, executivos das empresas Mendes Junior e OSX.

O MPF explica que as investigações se referem a uma transação de 2012, quando um consórcio formado pela Mendes Junior e OSX, o Integra Offshore, firmou contrato de US$ 922 milhões com a Petrobras.

As empresas ficaram responsáveis pela construção de duas plataformas do pré-sal, mesmo sem ter tradição e experiência neste mercado, segundo o MPF.

A contratação teria se dado, portanto, mediante pagamentos feitos a agentes públicos e políticos. A acusação afirma que o esquema criminoso teria beneficiado agentes públicos em várias esferas.

Cerca de R$ 7 milhões teriam sido transferidos pela Mendes Junior para um operador financeiro e para o então diretor internacional da Petrobras, já condenado na Lava Jato.

Por outro lado, mais de R$ 6 milhões teriam sido repassados pelo consórcio Integra com base em um contrato "ideologicamente falso" com a Tecna/Isolux.

Além disso, Eike Batista, ex-presidente da OSX, prestou depoimento ao MPF e declarou que, em 2012, "recebeu pedido de um então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT)". 

O nome "Arquivo X" dado à investigação policial é uma referência a um dos grupos empresarias investigados e que tem como marca a colocação e repetição do "X" nos nomes das pessoas jurídicas integrantes do seu conglomerado empresarial.

*Atualizada às 8h37, com informações de Reuters e Estadão

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