São Paulo - Um rodízio no qual a população fica cinco dias da semana sem água seria o racionamento oficial mais drástico já adotado na Grande São Paulo.
A medida foi admitida na terça-feira, 27, pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, caso a seca nos mananciais continue crítica.
Se colocada em prática, os cerca de 20 milhões de moradores da região metropolitana sofreriam com longos cortes no abastecimento que só existiam antes da conclusão da primeira etapa do Cantareira, em 1974.
Na quarta-feira, 28, o secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga, enfatizou que a situação "é difícil", mas "não há necessidade para ficar em desespero".
"Se isso (o rodízio) vier a acontecer, todo mundo será informado com a devida antecedência. Não é da noite para o dia", disse, após encontro com prefeitos da Grande São Paulo.
Braga ressaltou que a previsão meteorológica hoje "é difícil" e será preciso aguardar pelas chuvas de fevereiro para saber se a medida será necessária.
Histórico
Até o início da década de 1970, sem os 11 mil litros por segundo que passaram a ser produzidos pelo Cantareira, a parte leste da Grande São Paulo chegava a ficar dias sem água, aguardando por abastecimento com poços e caminhões-pipa.
Àquela época, a região metropolitana tinha cerca de 8 milhões de pessoas, ou seja, menos da metade dos mais de 20 milhões atuais.
Nem a conclusão completa do Sistema Cantareira, em 1982, que elevou a capacidade de produção de água do manancial para 33 mil litros por segundo, foi suficiente para que 100% da região tivesse acesso a água tratada.
O fim do racionamento contínuo, que afetava principalmente a zona leste da capital, só foi decretado em 1998 pelo ex-governador Mário Covas (PSDB), após a conclusão do Sistema Alto Tietê, cujas represas ficam na região de Suzano e Salesópolis.
Dois anos depois, a falta de chuvas fez cerca de 3 milhões de pessoas abastecidas pelo Guarapiranga na zona sul viverem durante três meses com água racionada.
Na ocasião, o rodízio adotado foi de dois dias com água e um dia sem. A medida terminou em setembro de 2000.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Acompanhe diariamente como está a situação dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo na ferramenta de EXAME.com.
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1/28 (Getty Images)
São Paulo – Por dia, cada brasileiro usa em média 166,29 litros de
água distribuída pelas companhias de água e esgoto locais. Mas a relação de consumo com o recurso varia em cada estado. No
Rio de Janeiro, por exemplo, o gasto de água foi 50% maior do que a média nacional. Segundo dados do Ministério das Cidades de 2013, os fluminenses usaram 253 litros de água por dia em média. Já no Alagoas, o consumo não chega a 100 litros de água por dia. Na prática, a região Sudeste é a que possui o maior índice de consumo per capita diário. O estado de São Paulo, que vive a sua pior crise hídrica, é o sexto com maior taxa de uso. A abrangência da rede de distribuição de água encanada pelos estados também denuncia as desigualdades regionais. Na região Norte, pouco mais da metade da população tem acesso à água encanada, segundo o governo federal. Em 2013, o Rio Grande do Sul, por sua vez, era o estado com a água mais cara do país. Por lá, a tarifa média de cada metro cúbico de água estava cotada em 6 reais, segundo dados do Ministério das Cidades. No Acre, o mesmo volume custava R$ 1,64. Veja nas fotos um retrato de como os brasileiros consomem água em cada estado.
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2. 1. Rio de Janeiro - 253,08 litros por dia
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2/28 (Mike Vondran / Flickr Commons)
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3. 2. Maranhão - 230,80 litros por dia
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3/28 (Divulgação/ Prefeitura de Presidente Dutra)
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4. 3. Amapá - 194,88 litros por dia
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4/28 (Jorge Junior/ Secom Amapá)
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5. 5. Distrito Federal - 189,91 litros por dia
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5/28 (Pedro França/Agência Senado)
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6. 6. São Paulo - 187,97 litros por dia
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6/28 (Friedemann Vogel/Getty Images)
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7. 7. Rondônia - 183,89 litros por dia
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7/28 (Divulgação/ Prefeitura de Buritis)
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8. 8. Mato Grosso - 165,09 litros por dia
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8/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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9. 9. Minas Gerais - 159,36 litros por dia
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9/28 (Creative Commons)
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10. 10. Amazonas - 159,25 litros por dia
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10/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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11. 11. Santa Catarina - 157,10 litros por dia
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11/28 (Divulgação / Martinho Ghizzo)
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12. 12. Pará - 156,58 litros por dia
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12/28 (Divulgação/Embratur)
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13. 13. Mato Grosso do Sul - 155,54 litros por dia
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13/28 (Wikimedia Commons)
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14. 14. Rio Grande do Sul - 152,19 litros por dia
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14/28 (Flickr)
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15. 15. Goiás - 146,12 litros por dia
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15/28 (Wikimedia Commons)
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16. 16. Acre - 144,62 litros por dia
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16/28 (Marcos Rosa/Veja)
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17. 17. Paraná - 143,77 litros por dia
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17/28 (Henri Bergius / Flickr / Creative Commons)
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18. 18. Roraima - 142,05 litros por dia
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18/28 (Tiago Orihuela/ Prefeitura Boa Vista)
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19. 19. Paraíba - 139,13 litros por dia
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19/28 (Divulgação / Cacio Murilo)
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20. 20. Piauí - 134,88 litros por dia
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20/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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21. 21. Tocantins - 132,96 litros por dia
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21/28 (Embratur)
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22. 22. Ceará - 128,39 litros por dia
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22/28 (Divulgação)
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23. 23. Sergipe - 123,41 litros por dia
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23/28 (Divulgação/ Prefeitura de Propriá)
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24. 24. Rio Grande do Norte - 114,78 litros por dia
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24/28 (REUTERS/Gary Hershorn)
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25. 25. Bahia - 110,57 litros por dia
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25/28 (Mario Tama/Getty Images)
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26. 26. Pernambuco - 105,30 litros por dia
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26/28 (Heudes Regis / Guia Quatro Rodas)
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27. 27. Alagoas - 99,65 litros por dia
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27/28 (Wikimedia Commons)
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28. Veja onde há melhores condições para viver no Brasil
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28/28 (REUTERS/Paulo Santos)