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No G20, Brasil insiste no controle de capitais

Brasil quer que a declaração que deverá ser assinada amanhã legitime expressamente o controle de capitais

Guido Mantega: governo continuará a adotar medidas para tentar impedir a valorização do real (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Guido Mantega: governo continuará a adotar medidas para tentar impedir a valorização do real (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 17h35.

Seul - O Brasil pressiona para que a declaração que será assinada amanhã pelos líderes do G-20 - grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo - legitime expressamente o controle de capitais por países que enfrentam a valorização de suas moedas em razão do aumento da entrada de recursos externos.

“Queremos que fique explícito”, afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo o qual o governo continuará a adotar medidas para tentar impedir a valorização do real.

“O dólar está em R$ 1,69, R$ 1,70. Não é satisfatório porque estamos em desvantagem no mercado internacional, já que outros países estão vendendo mercadorias a preços mais baixos”, disse Mantega em Seul, onde desembarcou ontem com a presidente eleita Dilma Rousseff para a reunião do G-20. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje à capital sul-coreana.

A expressão “controle de capitais” não estará no texto final, mas na prática é o sentido do que está sendo negociado. O eufemismo proposto é a “intervenção macroprudencial” por países que sofram valorização artificial do câmbio. Apesar de o Brasil ter autonomia para definir sua política em relação a fluxos externos, Mantega ressaltou que defende a aprovação da medida pelo G-20 porque podem “torcer o nariz” caso não haja consenso internacional sobre o assunto.

O risco de uma guerra cambial global é o principal assunto da reunião de presidentes e primeiros-ministros das 20 maiores economias do mundo, que começou hoje na capital sul-coreana. O tema ganhou peso depois da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de injetar US$ 600 bilhões na economia nos próximos oito meses, o que aumentará a liquidez internacional e levará à valorização das moedas dos países que têm câmbio flutuante, como o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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