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Nenê Constantino é preso sob a acusação de encomendar a morte do genro

Empresário foi detido durante audiência sobre outro processo em que é réu

Nenê Constantino, um dos fundadores da Gol: preso no DF (LIA LUBAMBO/EXAME/Exame)
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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 11h03.

São Paulo - O empresário Constantino de Oliveira, o Nenê Constantino, fundador da segunda maior empresa aérea do país, a Gol, proprietário de empreiteira e dono de uma imensa frota de ônibus, foi preso na noite de quarta-feira, em Brasília, sob a acusação de encomendar o assassinato de seu ex-genro Eduardo Alves Queiroz, em 2008.

Naquele ano Queiroz sofreu um atentado, mas sobreviveu. Ele saía do trabalho quando alguém disparou cinco vezes contra seu carro. Um dos tiros atravessou a porta, perfurou o banco do passageiro e atingiu sua jaqueta. Dias antes, sogro e genro tiveram uma ríspida discussão sobre os negócios da família.

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Constantino foi detido durante uma audiência no Fórum de Taguatinga sobre um outro processo do qual o empresário é réu: o assassinato de Márcio Leonardo de Sousa Brito. No dia 12 de outubro de 2001, o rapaz foi assassinado com três tiros na porta de sua casa, localizada numa área de invasão da periferia de Brasília.

Para a polícia, Brito foi morto por dois pistoleiros que agiram a mando do empresário. Márcio Leonardo liderava um grupo de invasores que ocupavam irregularmente um terreno de uma das empresas de Constantino.

Apesar do crime ter ocorrido há nove anos, a ação referente à morte do líder comunitário ainda está na fase de depoimentos de testemunhas. Na tarde de quarta, Nenê acompanhava a sessão no Fórum de Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal, quando o juiz informou aos presentes sobre a decisão do magistrado de Brasília a respeito da outra acusação.

O empresário não foi algemado e, após fazer exames de corpo de delito, foi levado para o Departamento de Polícia Especializada (DPE), sede da Polícia Civil do DF, onde passou a noite e segue detido.

Meses antes de sofrer o atentado, Queiroz havia prestado depoimento afirmando saber sobre os planos do sogro de matar Brito. Além do empresário, outras quatro pessoas são acusadas de envolvimento no assassinato do líder comunitário: João Alcides Miranda, João Marques Dos Santos, Vanderlei Batista Silva e Victor Bethonico Foresti, outro genro de Nenê.

Constantino responde a pelo menos outros 14 processos na Justiça de Brasília por causas trabalhistas e problemas envolvendo uma de suas empresas, a Viação Planeta, que opera uma frota de cerca de 700 ônibus no Distrito Federal. O empresário também está envolvido no processo que tornou o ex-governador do DF Joaquim Roriz inelegível.

Nenê é acusado de ter pago propina para o ex-governador em troca de benefícios a sua empresa de transporte público. Por causa dessa ação, Roriz renunciou ao mandato de senador em 2007 para fugir da cassação e, em 2010, foi enquadrado na lei da Ficha Limpa, ficando impedido de candidatar-se novamente ao governo da capital federal.

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