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Necessidade para intervenção é de R$1,5 bi, diz comandante

Deputados federais que se reuniram com o interventor disseram que o déficit orçamentário seria de 3,1 bilhões de reais

Intervenção no RJ: general afirmou que as Forças Armadas buscam melhorar o sistema prisional e de segurança pública do Rio de Janeiro e pediu uma adequação na Lei de Execução Penal (Tânia Rego/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 20 de março de 2018 às 15h15.

Rio de Janeiro - O comandante do Exército , general Eduardo Villas Boas, afirmou nesta terça-feira, que a intervenção federal na área da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro precisa de um orçamento de 1,5 bilhão de reais e que a necessidade será levada ao governo e à equipe econômica pelo interventor, general Walter Braga Netto.

"O interventor vai apresentar ao governo e a ministros algo de pouco mais de 1 bilhão (de reais)... será por volta de 1,5 bilhão para melhorar estruturas e pagar dívidas", disse a jornalistas o comandante do Exército, em evento no BNDES.

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Na segunda-feira, o presidente Michel Temer havia indicado um valor entre 600 e 800 milhões de reais, mas deputados federais que se reuniram com o interventor disseram que o déficit orçamentário seria de 3,1 bilhões de reais.

O comandante do Exército se mostrou "preocupado" sobre os resultados da intervenção.

"Estou otimista, mas preocupado pela incerteza de que vamos atingir mesmo todos os objetivos", disse. "Nossa determinação é ao sair deixar como legado uma mudança nas estruturas de forma que elas tenham condições e, depois, por si , consigam fazer a sua recuperação."

O general afirmou que as Forças Armadas buscam melhorar o sistema prisional e de segurança pública do Rio de Janeiro e pediu uma adequação na Lei de Execução Penal de forma a ajudar a atingir a estrutura do crime organizado.

"Isso tudo não será solucionado em 10 meses", avaliou, referindo-se à duração prevista da intervenção.

Ele alertou que os resultados da intervenção federal virão com o tempo e não se deve criar expectativas sobre as operações após décadas e décadas de omissão do setor público com a segurança do Estado.

"Nossa imagem perante a sociedade será consequência do que a gente conseguir lograr nesse período", complementou.

A intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro começou há pouco mais de um mês e a ação tem focado em ações em algumas comunidades, sem a ostensividade esperada pela população que enfrentava uma aumento da criminalidade.

Nessa terça-feira, as Forças Armadas revelaram que vão deixar nas próximas semanas a favela da Vila Kennedy, alvo principal da intervenção nesse período.

"Esse estado de coisas que nós chegamos são resultado de décadas e décadas de omissões e de necessidades básicas da população não atendidas que acabam se represando e se transformando em forma de violência", disse ele em evento no BNDES.

"Temos que considerar que o Rio tem mais de 800 comunidades e vamos procurar ter um atuação mais extensiva possível de forma que consigamos melhorar, algo que é chave, que é a percepção de segurança por parte da população", acrescentou.

O comandante do Exercito disse que pediu compreensão aos generais que cuidam da intervenção no Rio de Janeiro e se deparam com um desafio de enorme complexidade.

"Eles tem procurado manter uma postura de não gerar expectativas, não tomar atitudes espetaculosas e de não inaugurar promessas. Os resultados virão com o tempo e as soluções serão de muito longo prazo", afirmou

Marielle

O general também comentou no discurso a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes, na semana passada.

"Forças centrífugas acabam ganhando muita força, acabam ganhando uma capacidade muito grande de nos desagregar e até mesmo um efeito fortuito. Vejam agora esse injustificável assassinato dessa moça. Vejam, verifiquem, o potencial de desagregação de potencializar as ideais de minorias", disse Villas Boas

Para o comandante do Exército, a morte da vereadora polarizou opiniões no país. "O assassinato, que foi terrível, esperamos que seja elucidado o mais cedo possível."

"Rapidamente se criou um rede internacional de solidariedade e nos coloca no centro de um problema que extrapola segurança pública porque vem igualdade racial, direito das mulheres e outras demandas da sociedade", disse.

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