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"Não sei do que se trata", diz Meirelles, sobre denúncia contra Lula

Ex-presidente do Banco Central foi arrolado como testemunha de defesa de Lula

Meirelles: ex-ministro da Fazenda foi questionado se tinha conhecimento sobre uma suposta solicitação de propinas do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo ao empresário Marcelo Odebrecht (Andressa Anholete/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2019 às 17h38.

Em depoimento ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles negou ter conhecimento de fatos relacionados à denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva referente a supostas propinas de R$ 40 milhões da Odebrecht ao PT decorrente de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) à Odebrecht para obras em Angola.

Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante todo o governo do ex-presidente, entre 2003 e 2011, foi arrolado como testemunha de defesa de Lula.

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Ele foi questionado, em depoimento pelo Ministério Público Federal, se tinha conhecimento sobre uma suposta solicitação de propinas do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, também réu nesta ação, ao empresário Marcelo Odebrecht.

"Como eu mencionei, da mesma maneira que foi feito durante a gestão do presidente Temer e quando eu era ministro da Fazenda, entre as coisas que eu fiz questão de preservar foi o Banco Central. Eu fui presidente do Banco Central e eu dizia que sou autônomo e não aceitava opinião, nem de ministro da Fazenda, nem de qualquer outro ministro. Eu, de fato, participava muito menos de demais ministérios e não sei do que se trata essa questão referente ao ministro Paulo Bernardo", disse Meirelles.

Segundo Marcelo Odebrecht, em delação premiada, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento) pediu US$ 40 milhões para ampliar para R$ 1 bilhão uma linha crédito do BNDES à Odebrecht, para obras em Angola.

Marcelo relatou ter repassado o dinheiro e descontado o valor da conta de propina "Italiano", controlada pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci em benefício do PT e do ex-presidente Lula e que chegou a ter R$ 200 milhões de saldo.

Segundo as investigações, parte desse valor teria abastecido a campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná, em 2014.

Segundo o suposto rastro da propina, as autoridades conseguiram áudios de funcionários do doleiro Álvaro Novis encaminhando as entregas de dinheiro com o então marqueteiro de Gleisi, Bruno Martins. Os emissários da suposta propina chegaram a ser fotografados e registrados na portaria da agência de publicidade que fez a campanha.

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