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Não entendo como Lava Jato pode impactar o PIB, diz Janot

Procurador-geral da República voltou a defender a operação e rejeitar a ideia de que as investigações tenham prejudicado a economia brasileira

"Não consigo entender, confesso minha limitada inteligência, como uma investigação que apura um sistema de corrupção pode impactar negativamente o PIB brasileiro", disse Rodrigo Janot (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2015 às 18h18.

Porto Alegre - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a defender a Operação Lava Jato e a rejeitar a ideia de que a investigação tenha prejudicado o desempenho da economia brasileira.

"Eu li um comentário, não sei se nesta ou na semana passada, de que esta operação em curso teve um impacto negativo de 2,2 pontos porcentuais no PIB brasileiro. Não consigo entender, confesso minha limitada inteligência, como uma investigação que apura um sistema de corrupção pode impactar negativamente o PIB brasileiro. Ao contrário, o que impactou negativamente foi exatamente este esquema de corrupção", afirmou nesta sexta-feira, 28, durante discurso na inauguração do novo prédio da Procuradoria da República da 4ª Região, na capital gaúcha.

Nesta manhã, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto brasileiro teve uma contração de 1,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro.

De acordo com o instituto, o setor da construção civil recuou 8,4% na mesma base de comparação, o que foi relacionado, por especialistas, à Operação Lava Jato.

Janot não citou o resultado do PIB divulgado nesta sexta-feira. Ao mencionar o prédio que estava sendo inaugurado em Porto Alegre (que teve investimento de R$ 55,3 milhões em valores atuais), disse que o empreendimento era um sinal de que não se pode ter uma visão pessimista da atividade da construção civil.

"Este prédio não teve preço superfaturado, não teve corrupção", falou. "Temos atividades lícitas, empregos que são gerados de forma honesta e temos que prestigiar o lado bom da sociedade brasileira e não se deixar contaminar pelo pequeno lado ruim."

O procurador-geral, que foi reconduzido ao cargo após passar por sabatina no Senado na última quarta-feira, também disse que o país "vive uma crise" e está diante de um "descomunal" caso de corrupção.

"Pela primeira vez enfrentamos corruptos e corruptas, enfrentamos o poder econômico e o poder político no exercício do poder. Isso não é fácil", afirmou, complementando que é preciso aprender em momentos de crise.

Segundo Janot, a cada dia que passa as instituições brasileiras se fortalecem e a sociedade brasileira se mostra mais madura. "As instituições dialogam e cada uma faz seu papel de uma forma até então inédita", disse.

O procurador-geral avaliou que a mensagem que o Brasil está passando a outras nações é positiva, pois mostra maturidade institucional e segurança jurídica, o que é um "atrativo de investimento externo".

Quando chegou ao prédio da Procuradoria da República da 4ª Região, Janot foi recebido por dezenas de servidores do Judiciário e do Ministério Público Federal que protestavam pedindo reajuste salarial para a categoria.

Eles mantiveram a manifestação, com faixas e apitos, durante boa parte do tempo em que o procurador esteve no interior do edifício.

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Porto Alegre - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a defender a Operação Lava Jato e a rejeitar a ideia de que a investigação tenha prejudicado o desempenho da economia brasileira.

"Eu li um comentário, não sei se nesta ou na semana passada, de que esta operação em curso teve um impacto negativo de 2,2 pontos porcentuais no PIB brasileiro. Não consigo entender, confesso minha limitada inteligência, como uma investigação que apura um sistema de corrupção pode impactar negativamente o PIB brasileiro. Ao contrário, o que impactou negativamente foi exatamente este esquema de corrupção", afirmou nesta sexta-feira, 28, durante discurso na inauguração do novo prédio da Procuradoria da República da 4ª Região, na capital gaúcha.

Nesta manhã, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto brasileiro teve uma contração de 1,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro.

De acordo com o instituto, o setor da construção civil recuou 8,4% na mesma base de comparação, o que foi relacionado, por especialistas, à Operação Lava Jato.

Janot não citou o resultado do PIB divulgado nesta sexta-feira. Ao mencionar o prédio que estava sendo inaugurado em Porto Alegre (que teve investimento de R$ 55,3 milhões em valores atuais), disse que o empreendimento era um sinal de que não se pode ter uma visão pessimista da atividade da construção civil.

"Este prédio não teve preço superfaturado, não teve corrupção", falou. "Temos atividades lícitas, empregos que são gerados de forma honesta e temos que prestigiar o lado bom da sociedade brasileira e não se deixar contaminar pelo pequeno lado ruim."

O procurador-geral, que foi reconduzido ao cargo após passar por sabatina no Senado na última quarta-feira, também disse que o país "vive uma crise" e está diante de um "descomunal" caso de corrupção.

"Pela primeira vez enfrentamos corruptos e corruptas, enfrentamos o poder econômico e o poder político no exercício do poder. Isso não é fácil", afirmou, complementando que é preciso aprender em momentos de crise.

Segundo Janot, a cada dia que passa as instituições brasileiras se fortalecem e a sociedade brasileira se mostra mais madura. "As instituições dialogam e cada uma faz seu papel de uma forma até então inédita", disse.

O procurador-geral avaliou que a mensagem que o Brasil está passando a outras nações é positiva, pois mostra maturidade institucional e segurança jurídica, o que é um "atrativo de investimento externo".

Quando chegou ao prédio da Procuradoria da República da 4ª Região, Janot foi recebido por dezenas de servidores do Judiciário e do Ministério Público Federal que protestavam pedindo reajuste salarial para a categoria.

Eles mantiveram a manifestação, com faixas e apitos, durante boa parte do tempo em que o procurador esteve no interior do edifício.

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