Não deixarei passar em branco acusações levianas, diz Temer
Alternando a posição de "homem e cidadão" com a de presidente em exercício, Temer afirmou que se dirigia a sua família, a seus amigos e ao povo brasileiro
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2016 às 12h50.
Brasília - Um dia após ter seu nome citado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o presidente em exercício, Michel Temer , convocou de última hora uma declaração à imprensa para contestar as informações do delator.
Temer chamou a manifestação de Machado de "irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa". "Não deixarei passar em branco essas acusações levianas", afirmou.
Alternando a posição de "homem e cidadão" com a de presidente em exercício, Temer afirmou que se dirigia a sua família, a seus amigos e ao povo brasileiro.
"Falo com palavras indignadas e ao meu estilo para registrar que essa leviandade não pode prevalecer", disse. "Quero falar também como presidente em exercício e quero falar com sobriedade", completou.
Temer foi alertado do prejuízo político que as afirmações de Machado poderiam trazer e deixou clara a sua irritação com as denúncias quando bateu pelo menos três vezes no púlpito que estava à sua frente, quando lembrava que a fala do ex-presidente da Transpetro era leviana e quando avisou que "nada impedirá" e "nada embaraçará" o seu desejo de "trabalhar em prol do Brasil".
Diante do estrago político que a delação de Sérgio Machado provocou e tentando minimizar os prejuízos à sua governabilidade e que este problema contamine as medidas econômicas já enviadas e que ainda serão mandadas ao Congresso, Temer decidiu se adiantar e dar uma declaração à imprensa repudiando todas as acusações.
A decisão foi tomada durante reunião matinal com seus assessores, que avaliaram o impacto das notícias negativas e o fato delas terem de certa forma abafado a agenda positiva proposta pelo governo ontem - com o lançamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criou um teto para limitar os gastos públicos.
Machado vinculou em sua delação premiada o presidente em exercício a um esquema de propinas que, segundo ele, vigorou por cerca de 10 anos na subsidiária de logística da Petrobrás. Segundo o ex-presidente da Transpetro, Temer lhe pediu R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita - na época no PMDB - à Prefeitura de São Paulo.
É a primeira vez que Temer é associado diretamente à captação de recursos ilícitos na investigação da Lava Jato. A menção gerou tensão no Planalto. Ontem, após mais de três horas de avaliação de sua equipe, Temer emitiu uma nota classificando como "absolutamente inverídico" o relato de Machado.
Hoje, em seu discurso de pouco mais de sete minutos, Temer disse que alguém que tivesse cometido o "delito irresponsável" apontado por Machado não poderia presidir o País.
O presidente em exercício afirmou que as medidas adotadas pelo seu governo têm tido o apoio "da grande maioria do povo brasileiro, com apoio da quase totalidade daqueles que no Congresso Nacional pensam no Brasil".
"E surge um fato leviano como este, que embaraça, que pode embaraçar a atividade governamental", afirmou.
Reforçando o "seu estilo", Temer disse que queria registrar em "alto e bom som" que nada embaraçará "o nosso desejo, a nossa missão, a nossa tarefa em fazer com que, neste período que eu esteja à frente da Presidência da República, com uma equipe econômica extraordinária, com equipe relativa às relações exteriores novamente extraordinária, um ministério muito adequado, nada impedirá que nos continuemos a trabalhar em prol do Brasil".
Afirmando que falava com "ponderação e sobriedade", Temer destacou que ao longo deste mês que está no comando do País praticou os mais diversos gestos para tirar o Brasil da "crise profunda" e que tem recebido homenagens nas ruas por todos os lugares que passa.
"Tivemos a coragem e ousadia de propor plano que fixa teto para gastos públicos", disse.
"Sabem os senhores e as senhoras, nós lançamos um ajuste fiscal, uma nova meta fiscal, um novo plano fiscal, que como pude perceber no noticiário de hoje, é um dos mais adequados para o momento que passa nosso país", disse, acrescentando que "outros projetos virão para fazer adequação integral da questão dos gastos públicos".
Ele destacou ainda que "a relação muito fértil" com Congresso e base aliada que mostra que o País está em harmonia.
"Vou dizer o óbvio, eliminamos ministérios, mais de 4.200 cargos de livre nomeação, eliminamos mais de 10.200 cargos comissionados, eliminando, portanto a comissão. Tivemos uma relação muito fértil com o Congresso Nacional. Temos hoje uma base parlamentar que revela que o País está em harmonia, ao governarem executivo e legislativo, é fundamental para o país essa interação", disse.
Sem cadeia nacional
Com a fala à imprensa, Temer abandonou de vez a ideia de fazer um pronunciamento em cadeia nacional da rádio e TV. A ideia era defendida por alguns aliados, mas não era consenso.
Com as denúncias envolvendo Temer, aumentou o temor de panelaços e a avaliação hoje foi de que a fala à imprensa seria a forma mais adequada de o presidente em exercício dar a sua versão.
Desde que assumiu o governo, entretanto, Temer ainda não concedeu coletiva de imprensa em Brasília, fez apenas declarações e saiu sem responder aos jornalistas.
Brasília - Um dia após ter seu nome citado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o presidente em exercício, Michel Temer , convocou de última hora uma declaração à imprensa para contestar as informações do delator.
Temer chamou a manifestação de Machado de "irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa". "Não deixarei passar em branco essas acusações levianas", afirmou.
Alternando a posição de "homem e cidadão" com a de presidente em exercício, Temer afirmou que se dirigia a sua família, a seus amigos e ao povo brasileiro.
"Falo com palavras indignadas e ao meu estilo para registrar que essa leviandade não pode prevalecer", disse. "Quero falar também como presidente em exercício e quero falar com sobriedade", completou.
Temer foi alertado do prejuízo político que as afirmações de Machado poderiam trazer e deixou clara a sua irritação com as denúncias quando bateu pelo menos três vezes no púlpito que estava à sua frente, quando lembrava que a fala do ex-presidente da Transpetro era leviana e quando avisou que "nada impedirá" e "nada embaraçará" o seu desejo de "trabalhar em prol do Brasil".
Diante do estrago político que a delação de Sérgio Machado provocou e tentando minimizar os prejuízos à sua governabilidade e que este problema contamine as medidas econômicas já enviadas e que ainda serão mandadas ao Congresso, Temer decidiu se adiantar e dar uma declaração à imprensa repudiando todas as acusações.
A decisão foi tomada durante reunião matinal com seus assessores, que avaliaram o impacto das notícias negativas e o fato delas terem de certa forma abafado a agenda positiva proposta pelo governo ontem - com o lançamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criou um teto para limitar os gastos públicos.
Machado vinculou em sua delação premiada o presidente em exercício a um esquema de propinas que, segundo ele, vigorou por cerca de 10 anos na subsidiária de logística da Petrobrás. Segundo o ex-presidente da Transpetro, Temer lhe pediu R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita - na época no PMDB - à Prefeitura de São Paulo.
É a primeira vez que Temer é associado diretamente à captação de recursos ilícitos na investigação da Lava Jato. A menção gerou tensão no Planalto. Ontem, após mais de três horas de avaliação de sua equipe, Temer emitiu uma nota classificando como "absolutamente inverídico" o relato de Machado.
Hoje, em seu discurso de pouco mais de sete minutos, Temer disse que alguém que tivesse cometido o "delito irresponsável" apontado por Machado não poderia presidir o País.
O presidente em exercício afirmou que as medidas adotadas pelo seu governo têm tido o apoio "da grande maioria do povo brasileiro, com apoio da quase totalidade daqueles que no Congresso Nacional pensam no Brasil".
"E surge um fato leviano como este, que embaraça, que pode embaraçar a atividade governamental", afirmou.
Reforçando o "seu estilo", Temer disse que queria registrar em "alto e bom som" que nada embaraçará "o nosso desejo, a nossa missão, a nossa tarefa em fazer com que, neste período que eu esteja à frente da Presidência da República, com uma equipe econômica extraordinária, com equipe relativa às relações exteriores novamente extraordinária, um ministério muito adequado, nada impedirá que nos continuemos a trabalhar em prol do Brasil".
Afirmando que falava com "ponderação e sobriedade", Temer destacou que ao longo deste mês que está no comando do País praticou os mais diversos gestos para tirar o Brasil da "crise profunda" e que tem recebido homenagens nas ruas por todos os lugares que passa.
"Tivemos a coragem e ousadia de propor plano que fixa teto para gastos públicos", disse.
"Sabem os senhores e as senhoras, nós lançamos um ajuste fiscal, uma nova meta fiscal, um novo plano fiscal, que como pude perceber no noticiário de hoje, é um dos mais adequados para o momento que passa nosso país", disse, acrescentando que "outros projetos virão para fazer adequação integral da questão dos gastos públicos".
Ele destacou ainda que "a relação muito fértil" com Congresso e base aliada que mostra que o País está em harmonia.
"Vou dizer o óbvio, eliminamos ministérios, mais de 4.200 cargos de livre nomeação, eliminamos mais de 10.200 cargos comissionados, eliminando, portanto a comissão. Tivemos uma relação muito fértil com o Congresso Nacional. Temos hoje uma base parlamentar que revela que o País está em harmonia, ao governarem executivo e legislativo, é fundamental para o país essa interação", disse.
Sem cadeia nacional
Com a fala à imprensa, Temer abandonou de vez a ideia de fazer um pronunciamento em cadeia nacional da rádio e TV. A ideia era defendida por alguns aliados, mas não era consenso.
Com as denúncias envolvendo Temer, aumentou o temor de panelaços e a avaliação hoje foi de que a fala à imprensa seria a forma mais adequada de o presidente em exercício dar a sua versão.
Desde que assumiu o governo, entretanto, Temer ainda não concedeu coletiva de imprensa em Brasília, fez apenas declarações e saiu sem responder aos jornalistas.