Nada acontecia sem a prévia aprovação de Dirceu, diz Gurgel
"José Dirceu foi a principal figura de tudo o que apuramos. Foi o mentor do grupo", disse Gurgel
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 19h28.
Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta sexta-feira haver prova contundente da atuação do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu no chamado mensalão e ressaltou que nada acontecia no suposto esquema sem o consentimento do petista.
Ao apresentar a denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador reiterou tese da Procuradoria-Geral da República (PGR), de que Dirceu era o "chefe da quadrilha" do suposto mensalão e disse ser "contundente" a prova de atuação do ex-ministro como líder do "grupo criminoso" que teria operado o esquema.
"José Dirceu foi a principal figura de tudo o que apuramos. Foi o mentor do grupo", disse Gurgel, que tem até cinco horas para apresentar a acusação no processo que conta com 38 réus.
Gurgel iniciou a leitura da denúncia da PGR, abrindo o segundo dia do julgamento do caso no Supremo, após o cronograma ter sofrido um atraso devido a um longo debate entre ministros sobre a divisão do processo na véspera.
"Nada, absolutamente nada, acontecia sem a prévia aprovação de Dirceu."
Deflagrado em 2005, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mensalão seria um esquema de compra de apoio parlamentar em troca de recursos públicos.
"Foi, sem dúvida, o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil", disse o procurador.
"Maculou-se gravemente a República, instituiu-se à custa do desvio de recursos públicos uma sofisticada organização criminosa, um sistema de enorme movimentação financeira, à margem da legalidade com o objetivo espúrio de comprar os votos de parlamentares."
Gurgel iniciou sua exposição oral citando o papel de cada um dos acusados no suposto esquema e de como ele funcionaria. Gastou grande parte do tempo falando de Dirceu, que teria sido o mentor do suposto esquema.
O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Dirceu, disse na quinta-feira que o petista deve ser absolvido por não haver provas sobre a participação dele no suposto esquema do mensalão.
Perguntado se Gurgel centrou fogo em Dirceu, Oliveira Lima disse que o procurador "não trouxe nada de novo, nada que não estava nos autos".
"Não há provas novas", reiterou no intervalo da sessão.
Dirceu é o principal réu no processo do que ficou conhecido como mensalão. Segundo a PGR, ele formava o "núcleo político" do esquema, ao lado do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, do ex-presidente da sigla José Genoino e do secretário-geral do partido à época, Sílvio Pereira.
Gurgel ironizou o argumento da defesa de alguns dos réus de que a acusação sobre o suposto mensalão seria uma "criação, delírio" do Ministério Público Federal, e disse estar convencido da existência do esquema.
"Estou absolutamente convencido de que a prova colhida no curso da instrução, associada aos elementos que instruíram o inquérito, comprovou a autoria e materialidade dos delitos do objeto da acusação, bem como o dolo com que agiram seus autores", disse.
Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta sexta-feira haver prova contundente da atuação do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu no chamado mensalão e ressaltou que nada acontecia no suposto esquema sem o consentimento do petista.
Ao apresentar a denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador reiterou tese da Procuradoria-Geral da República (PGR), de que Dirceu era o "chefe da quadrilha" do suposto mensalão e disse ser "contundente" a prova de atuação do ex-ministro como líder do "grupo criminoso" que teria operado o esquema.
"José Dirceu foi a principal figura de tudo o que apuramos. Foi o mentor do grupo", disse Gurgel, que tem até cinco horas para apresentar a acusação no processo que conta com 38 réus.
Gurgel iniciou a leitura da denúncia da PGR, abrindo o segundo dia do julgamento do caso no Supremo, após o cronograma ter sofrido um atraso devido a um longo debate entre ministros sobre a divisão do processo na véspera.
"Nada, absolutamente nada, acontecia sem a prévia aprovação de Dirceu."
Deflagrado em 2005, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mensalão seria um esquema de compra de apoio parlamentar em troca de recursos públicos.
"Foi, sem dúvida, o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil", disse o procurador.
"Maculou-se gravemente a República, instituiu-se à custa do desvio de recursos públicos uma sofisticada organização criminosa, um sistema de enorme movimentação financeira, à margem da legalidade com o objetivo espúrio de comprar os votos de parlamentares."
Gurgel iniciou sua exposição oral citando o papel de cada um dos acusados no suposto esquema e de como ele funcionaria. Gastou grande parte do tempo falando de Dirceu, que teria sido o mentor do suposto esquema.
O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Dirceu, disse na quinta-feira que o petista deve ser absolvido por não haver provas sobre a participação dele no suposto esquema do mensalão.
Perguntado se Gurgel centrou fogo em Dirceu, Oliveira Lima disse que o procurador "não trouxe nada de novo, nada que não estava nos autos".
"Não há provas novas", reiterou no intervalo da sessão.
Dirceu é o principal réu no processo do que ficou conhecido como mensalão. Segundo a PGR, ele formava o "núcleo político" do esquema, ao lado do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, do ex-presidente da sigla José Genoino e do secretário-geral do partido à época, Sílvio Pereira.
Gurgel ironizou o argumento da defesa de alguns dos réus de que a acusação sobre o suposto mensalão seria uma "criação, delírio" do Ministério Público Federal, e disse estar convencido da existência do esquema.
"Estou absolutamente convencido de que a prova colhida no curso da instrução, associada aos elementos que instruíram o inquérito, comprovou a autoria e materialidade dos delitos do objeto da acusação, bem como o dolo com que agiram seus autores", disse.