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Na CCJ, Molon diz que Temer usa cargo para praticar crimes

Deputado de oposição disse que a "quadrilha" do PMDB continuou praticando crimes e que o grupo usou cargos para roubar o Estado brasileiro

Alessandro Molon: "(a autorização da denúncia) é a oportunidade dessa Casa se reencontrar com o povo brasileiro" (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados/Divulgação)

Alessandro Molon: "(a autorização da denúncia) é a oportunidade dessa Casa se reencontrar com o povo brasileiro" (Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 12h15.

Brasília - Primeiro a discursar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) disse nesta terça-feira, 17, que a população apoia cada vez mais a instauração de processo contra o presidente Michel Temer.

Em um discurso forte, o deputado de oposição disse que a "quadrilha" do PMDB continuou praticando crimes e que o grupo usou cargos para roubar o Estado brasileiro. "Temer usa o cargo para praticar crimes", acusou.

Ao defender o prosseguimento da denúncia, Molon lembrou que as pesquisas evidenciam a impopularidade do presidente e a necessidade de investigação.

"(A autorização da denúncia) é a oportunidade dessa Casa se reencontrar com o povo brasileiro", declarou.

Ele rebateu a tese governista de que há tentativa de criminalização da política e que na Câmara parlamentares usaram o mandato para vender legislação.

Em 15 minutos de discurso, o deputado fluminense acusou o presidente da República de ser o "chefe da organização criminosa". "Temer atuava no atacado", reforçou.

Para o deputado, houve obstrução de justiça ao haver pacto de silêncio com o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro.

O deputado acusou o governo de usar cargos, emendas e agora uma medida para restringir a fiscalização do trabalho escravo para se manter no governo.

Molon também contestou a sessão relâmpago aberta nesta manhã no plenário da Câmara para contagem de prazo do pedido de vista ao relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).

Molon argumentou que as sessões só podem ser encerradas imediatamente em caso de morte de parlamentar no exercício do mandato, tumulto grave na sessão ou falta de quórum.

O deputado disse que a sessão mostra a tentativa do governo em "atropelar" os trabalhos e dar fim o quanto antes à tramitação da denúncia. "Ela (sessão) foi fraudulentamente encerrada", disse.

Governistas

Primeiro a discursar entre os governistas, Pedro Fernandes (PTB-MA), elogiou o relatório do tucano Bonifácio de Andrada (MG).

"Vim homenageá-lo", afirmou o deputado, que não é membro da CCJ e falou por menos de 10 minutos. Em seu discurso, Fernandes disse que o País precisa ser levado com "seriedade", por isso apoiava a rejeição da denúncia.

Obstrução. Para postergar os trabalhos, a oposição pediu logo no início da reunião a leitura da ata da sessão anterior.

O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), levou meia hora lendo a ata. Vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), questionou a manobra de obstrução e lembrou que houve um acordo entre líderes para que não houvesse tentativa de obstrução ou apresentação de requerimento de encerramento de discussão. "Isso sinaliza uma tendência de esquecimento talvez do nosso acordo", disse Perondi.

Na sequência, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) leu o recurso que apresentou contra a decisão de Pacheco em não individualizar a votação da denúncia.

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