O volume de investimento estrangeiro direto (IED) no País previsto para 2010 supera os US$ 25,9 bilhões de 2009 e recupera o patamar de 2007 (Emilian Robert Vicol/Flickr/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 09h22.
São Paulo - O Brasil vai ficar com 3,4% do fluxo de investimento produtivo global este ano - a maior taxa da década. As multinacionais estão trazendo ao País US$ 38 bilhões para construir novas fábricas e investir em infraestrutura. Só que mesmo isso não compensará o rombo nas contas externas, que pode chegar a US$ 49 bilhões.
O volume de investimento estrangeiro direto (IED) no País previsto para 2010 supera os US$ 25,9 bilhões de 2009 e recupera o patamar de 2007. É inferior apenas ao recorde de US$ 45 bilhões de 2008. Em termos relativos, porém, o desempenho só foi melhor no período das privatizações. Em 1997 e 1998, o País atraiu 3,9% e 4,1% dos investimentos diretos do mundo.
O investimento estrangeiro na produção somou US$ 3,73 bilhões em novembro, o segundo melhor para o mês da história. O ingresso mais forte de capital produtivo nos últimos meses fez o BC elevar a projeção de IED para 2010 de US$ 30 bilhões para US$ 38 bilhões. “Ouso dizer que esse número pode até ser superado”, disse Altamir Lopes, chefe do departamento econômico do BC. Para ele, o desempenho dos últimos meses sinaliza que é “factível” esperar entradas de US$ 45 bilhões em IED no próximo ano, projeção que foi mantida pela autoridade monetária.
O forte ritmo da economia, que foi pouco atingida pela crise, funcionou como um ímã para as múltis. “Com os fluxos de capitais ainda retraídos e as matrizes repatriando recursos, é um excelente resultado”, disse Luis Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transacionais e da Globalização Econômica (Sobeet).
Outro fator relevante é o fraco desempenho global, provocado pela incipiente recuperação dos EUA e da Europa. Devem circular pelo planeta US$ 1,1 trilhão em investimentos produtivos este ano, mesmo nível de 1999 e muito abaixo do pico de US$ 2,1 trilhão de 2007. Segundo a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), os fluxos globais só vão recuperar o terreno em 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.