MTE: comércio e serviços puxam emprego em agosto
Aumento dos setores foi o recorde do período, puxado pela proximidade com as festas de finais de ano
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Brasília - Os setores de comércio e serviços apresentaram geração recorde de vagas de trabalho com carteira assinada em agosto, já descontadas as demissões. No mês passado, os serviços foram os responsáveis pela criação de 128.232 empregos - o recorde anterior para agosto havia sido verificado em 2008, com 95.191 novos postos líquidos.
No caso do comércio, foi detectado um incremento de 65.083 vagas formais, com recordes tanto no segmento de varejo (54.509 postos) quanto no atacado (10.574 postos). "O setor de serviços continua a ser o que mais contrata. Neste período, com mais força ainda por conta da proximidade das festas do final do ano", comentou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
Ao todo, foram criadas 299.415 vagas no País em agosto, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Lupi salientou que, no último ano, ganharam destaque na geração de empregos os serviços médicos e odontológicos. Em agosto, por exemplo, o segmento criou 9,852 mil vagas líquidas de emprego formal. Para o ministro, o resultado positivo do setor vem na esteira do aumento da renda dos trabalhadores. "Quando a população está com um pouco mais de ganho, começa a aparecer o setor médico e odontológico. Isso está intimamente ligado", observou.
No caso da Indústria de Transformação, que paga os melhores salários, o aumento de vagas no mês passado foi de 70.393. Esse foi o segundo melhor saldo para agosto da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O volume de contratações líquidas perde apenas para agosto de 2004, quando foram gerados 72.168 postos formais.
Salários
O principal responsável pela geração de emprego no Brasil, na avaliação do ministro do Trabalho, é o aumento real do salário. "O empresário está investindo, e o salário, tendo ganho. Salário não gera inflação, está provado isso", afirmou. Costumeiro crítico das ações do Banco Central (BC), Lupi acrescentou a sua lista de fatores que levaram o nível de emprego formal bater recorde em agosto (para o mês em questão) e para o acumulado dos primeiros oito meses do ano a manutenção da taxa básica de juros. "Além disso, o Brasil está tendo que comprar dólar, porque o real está subido demais", comentou.
O ministro ressaltou também que, depois de uma acomodação do mercado, em julho, quando foram criados 182 mil postos de trabalho formais, o nível de emprego melhorou por causa do aumento do consumo interno e da elevação dos investimentos.
Futuro governo
Lupi evitou ainda comentar sobre a possibilidade de permanecer no comando do ministério no caso de vitória da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, nas eleições de 3 de outubro. "Não trabalho com essa hipótese (de permanecer como ministro do Trabalho)", disse. "Quem senta na cadeira antes do tempo, acaba ficando sem cadeira", disse.
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