Exportação de carne bovina (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)
GabrielJusto
Publicado em 4 de setembro de 2021 às 13h00.
Última atualização em 4 de setembro de 2021 às 15h33.
Autoridades brasileiras identificaram dois casos atípicos da doença da vaca louca em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). A informação foi confirmada nesta manhã (4) pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). E, cumprindo o protocolo sanitário, Brasil suspende exportações à China.
Os dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) atípica - conhecida como vaca louca - um em cada estabelecimento - foram detectados durante a inspeção ante-mortem. De acordo com a pasta tratava-se de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito nos currais.
Após a confirmação, na última sexta-feira (3), o País notificou oficialmente à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como de praxe. Estes são o quarto e quinto casos de EEB atípicos registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença. A doença é considerada atípica quando é originada dentro do próprio organismo do bovino, normalmente em animais com idade mais avançada. Segundo a secretaria, o Brasil nunca registrou a ocorrência de casos de EEB clássica.
A pasta informou, ainda, que as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. "Portanto, não há risco para a saúde humana e animal", diz trecho da nota divulgada à imprensa nesta manhã.
No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, ficam suspensas temporariamente as exportações de carne bovina. De acordo com a pasta, a medida, que passa a valer a partir deste sábado (4), se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos.
A pasta esclarece que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. "Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos", diz a nota.