Brasil

MPF vê violência política e pede que PF investigue chefe da PRF

Documento aponta indícios de prevaricação, violência política e omissão na desmobilização dos protestos que bloquearam estradas federais

Protesto: interdições seguem após três dias em pelo menos 15 Estados (Agência Estado/Exame)

Protesto: interdições seguem após três dias em pelo menos 15 Estados (Agência Estado/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de novembro de 2022 às 18h40.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quarta-feira, 2, à Polícia Federal (PF) a abertura urgente de um inquérito sobre a conduta do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, nas eleições de 2022.

O documento aponta indícios de prevaricação, violência política e omissão na desmobilização dos protestos que bloquearam estradas federais após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). As interdições seguem após três dias em pelo menos 15 Estados.

A corporação vem repetindo que, desde que encontrou os primeiros bloqueios na estradas, "adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo".

Assine a EXAME por menos de R$ 0,37/dia e acesse as notícias mais importantes do Brasil em tempo real

O inquérito também deve investigar se as abordagens feitas no último domingo, 30, dentro do horário de votação, afetaram o "livre exercício do direito de voto".

Mesmo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir operações relacionadas ao transporte público de eleitores, a PRF fez ao menos 560 operações, com foco no Nordeste. Eleitores denunciaram abordagens irregulares e o PT encampou a narrativa de que a corporação foi usada politicamente para dificultar o voto na região, predominantemente lulista.

A versão da Polícia Rodoviária Federal é a de que as operações tinham o objetivo de combater o transporte irregular de eleitores, com base no Código de Trânsito.

A investigação sobre o diretor-geral da PRF foi requisitada a pedido de membros da 2.ª e da 7.ª Câmaras da Procuradoria Geral da República (PGR), compostas por subprocuradores-gerais da República. Eles apontaram "má conduta" na gestão da corporação e possível desvio de finalidade visando "interferir no processo eleitoral".

Como mostrou o Estadão, Silvinei Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. A publicação foi apagada após a repercussão na imprensa.

COM A PALAVRA, O DIRETOR-GERAL DA PRF

A reportagem entrou em contato com a corporação e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.

Acompanhe tudo sobre:Ministério PúblicoPolícia FederalProtestos no Brasil

Mais de Brasil

PF indicia Bolsonaro, Heleno, Braga Netto e mais 34 pessoas por tentativa de golpe de estado

Lula comenta plano golpista para matá-lo: 'A tentativa de me envenenar não deu certo'

Às vésperas da decisão no Congresso, EXAME promove webinar sobre a regulação da reforma tributária

Governo Tarcísio é aprovado por 68,8% e reprovado por 26,7%, diz Paraná Pesquisas