MPF entra com ação para barrar Eduardo Bolsonaro em embaixada
Ação defende que o governo brasileiro observe critérios para a escolha de embaixadores de fora da carreira, como mérito em atividades diplomáticas
Reuters
Publicado em 12 de agosto de 2019 às 11h06.
Última atualização em 12 de agosto de 2019 às 11h09.
Brasília — O Ministério Público Federal em Brasília entrou com ação civil pública na Justiça Federal, com pedido de liminar, para barrar a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, informou o MPF nesta segunda-feira.
A ação defende que o governo brasileiro observe critérios para a escolha de embaixadores de fora da carreira diplomática, como reconhecido mérito em atividades diplomáticas, relevantes serviços diplomáticos prestados ao país e ao menos três anos de experiência de atividades nesse sentido.
Se o indicado não cumprir tais requisitos, o MPF quer que a Justiça revogue ou suste qualquer tipo de trâmite de nomeação nesse sentido, informou o Ministério Público Federal do Distrito Federal.
Na sexta-feira, o partido Cidadania entrou com um mandado de segurança coletivo preventivo, com pedido de liminar, no Supremo Tribunal Federal (STF), para impedir que Bolsonaro indique o filho para o cargo de embaixador em Washington. Para o Cidadania, a indicação configura nepotismo.
A indicação de Eduardo é reprovada por 62% dos brasileiros, de acordo com a pesquisa XP/Inespe. A parcela favorável, identificada na pesquisa, é de 29% da população. A pesquisa foi feita com 1.000 pessoas, por telefone, e realizadas nos dias 5, 6 e 7 de agosto. Os resultados têm margem de erro de 3 pontos percentuais.