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MPF denuncia outro ex-diretor da Petrobras e três suspeitos

Além de Cerveró, os procuradores denunciaram Fernando Antônio Falcão Soares, acusado de ser operador do esquema, Alberto Youssef, além de Júlio Gerin de Almeida Camargo


	Plataforma da Petrobras: Ministério Público Federal pediu, ainda, o ressarcimento no valor de aproximadamente 156 milhões de reais
 (Germano Lüders/EXAME)

Plataforma da Petrobras: Ministério Público Federal pediu, ainda, o ressarcimento no valor de aproximadamente 156 milhões de reais (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 13h18.

São Paulo - O Ministério Público Federal denunciou, na noite de domingo, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e outros três suspeitos de participação no esquema de corrupção na estatal investigado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Além de Cerveró, os procuradores denunciaram Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusado de ser operador do esquema, o doleiro Alberto Youssef, além de Júlio Gerin de Almeida Camargo.

Eles foram denunciados por prática de corrupção contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de capitais, crimes que teriam ocorrido entre 2006 e 2012.

Fernando Baiano é apontado como o operador do PMDB no suposto esquema de desvio de recursos da Petrobras, que também inclui repasse ilegal para o PT e o PP, segundo denúncia do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

O Ministério Público Federal pediu, ainda, o ressarcimento no valor de aproximadamente 156 milhões de reais, sem prejuízo do confisco de aproximadamente 140 milhões de reais provenientes de crime.

"Busca-se, assim, um retorno aos cofres públicos de 296 milhões de reais." Cerveró negou qualquer conhecimento e envolvimento em corrupção na estatal, em acareação recente na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, do Congresso Nacional, realizada com Costa, que denunciou diversas irregularidades sob acordo de delação premiada.

De acordo com a denúncia do MPF, em 2006, o então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista e operador financeiro Fernando Soares acertaram com Julio Camargo o pagamento de vantagens indevidas no valor aproximado de 15 milhões de dólares para que fosse viabilizada a contratação, pela Petrobras, do Navio-Sonda Petrobras 100000 com o estaleiro Samsung Heavy Industries no valor de 586 milhões de dólares.

O esquema se repetiu de forma praticamente idêntica no ano seguinte. Nesta nova oportunidade, contudo, foi acertado entre Soares, Cerveró e Camargo o pagamento de vantagens indevidas no montante aproximado de 25 milhões de dólares para a viabilização da contratação do Navio-sonda Vitoria 10000, que operaria no Golfo o México, com o estaleiro Samsung Heavy. Tal contratação foi estimada em 616 milhões de dólares.

Em um segundo momento, disse o Ministério Pública, depois de ajustado o esquema criminoso, foi providenciado um sistema para lavar o dinheiro oriundo da corrupção, de crimes praticados por organização criminosa e de crimes contra o sistema financeiro.

Desse modo, o dinheiro chegaria "limpo" para os beneficiários. Para a lavagem de parte deste valores, lançou-se mão aos serviços do operador financeiro do mercado negro Alberto Youssef.

Se a Justiça receber a acusação, Cerveró responderá pela prática de dois atos de corrupção e 64 atos de lavagem de dinheiro; Fernando Soares, pela prática de dois atos de corrupção e 64 atos de lavagem de dinheiro; Júlio Camargo, pela prática de dois atos de corrupção, de sete crimes financeiros e de 64 atos de lavagem de dinheiro; e Alberto Youssef, pela prática de 17 atos de lavagem de dinheiro.

Na semana passada, a Justiça Federal do Paraná (JFPR) acatou as primeiras denúncias apresentadas MPF no caso que investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras, apontando os primeiros nove réus no processo, entre eles o ex-diretor Paulo Roberto Costa e Youssef.

Isso depois de, na última quinta-feira, executivos de seis das maiores empreiteiras do Brasil terem sido denunciados à Justiça por participar do suposto esquema, ao mesmo tempo em que o MPF pediu às empresas ressarcimento de 1,186 bilhão de reais.

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