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MPF dá grau máximo de sigilo ao caso de Ricardo Teixeira

O MPF abriu procedimento para investigar envolvimento de Teixeira em esquema de corrupção, mas o processo corre com grau máximo de sigilo

Ricardo Teixeira: tratamento torna a tramitação do processo oculta, como se não existisse, e impede que a sociedade tenha conhecimento sobre as movimentações (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 22h23.

Brasília - O Ministério Público Federal do Rio abriu procedimento para aprofundar as investigações sobre o envolvimento dos ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e do Barcelona Sandro Rosell e outras três pessoas em esquema de corrupção, dando seguimento ao indiciamento feito pela Polícia Federal que encontrou crimes praticados pelo grupo.

O procedimento tramita com grau máximo de sigilo, quando nenhuma informação sobre o andamento está disponível nem mesmo os nomes das partes.

Não é possível saber quem é o juiz do caso, o procurador responsável ou a Vara Federal onde tramita.

Esse tratamento torna a tramitação do processo oculta, como se não existisse, e impede que a sociedade tenha conhecimento sobre se o MPF apresentou denúncia contra os indiciados, além de outras movimentações.

O MPF não explicou nesta terça-feira porque garantiu sigilo máximo ao caso.

Conforme o Estado revelou nesta segunda-feira, o inquérito na PF que culminou com o indiciamento e a investigação do MPF/RJ foi concluído em janeiro deste ano.

As investigações duraram dois anos. Além de Teixeira e Rosell, foram indiciados: Claudio Honigman (descrito como parceiro comercial de Teixeira e Rosell e sócio do ex-presidente do Barcelona na 100% Brasil Marketing), Vanessa Almeida Precht (sócia da Alianto Marketing Ltda.) e Claudio Abrahão (irmão de Wagner Abrahão, presidente do Grupo Águia).

Ao indiciar os ex-dirigentes e empresários, a PF confirmou a materialidade da denúncia, ou seja, o crime foi comprovado, porém cabe à procuradoria apresentar denúncia à Justiça para que os envolvidos se tornem réus e uma ação penal seja instaurada.

O ex-presidente da CBF foi indiciado pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Já o ex-presidente do Barcelona é acusado de falsificação de documento público e ocultação de informações.

O Coaf, órgão de investigação financeira do Ministério da Fazenda, registrou movimentação atípica de Ricardo Teixeira de R$ 464,5 milhões entre 2009 e 2012. Segundo a PF, "ele vem praticando atos contra a administração pública brasileira, com exigência de vantagens para práticas administrativas da CBF, contra a administração pública estrangeira e o sistema financeiro nacional".

Como moravam no exterior, a PF indiciou Teixeira e Rosell sem a presença deles. Os dois, contudo, conforme o inquérito, "tomaram conhecimento dos fatos e não tiveram interesse em desmentir". No inquérito, a PF escreveu: "Nenhum dos envolvidos nos fatos em apuração teve interesse em desmentir os fatos apresentados e apresentar qualquer documento para comprovar a legalidade dos contratos". O Estado não conseguiu contato com os indiciados.

AMIZADE

Ricardo Teixeira se aliou ao catalão Sandro Rosell nos negócios no fim dos anos de 1990. Rosell era funcionário da Nike, empresa de material esportivo que assinou um contrato de patrocínio da seleção brasileira em 1996.

Escalado pela Nike para cuidar dos assuntos da empresa na seleção, o catalão passou a acompanhar o time em jogos amistosos e competições internacionais.

Não demorou para se tornar amigo de jogadores importantes na época, como Ronaldinho Gaúcho. Ligado ao Barcelona, Rosell foi o principal articulador para levar Ronaldinho ao clube catalão em 2003.

Rosell deixou a Nike em meados dos anos 2000 e mais tarde virou presidente do Barcelona.

Em 2011, ele iniciou o processo de contratação de Neymar, que seria fechada em 2013. A negociação foi parar na Justiça e Rosell teve de renunciar à presidência do Barça.

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O procedimento tramita com grau máximo de sigilo, quando nenhuma informação sobre o andamento está disponível nem mesmo os nomes das partes.

Não é possível saber quem é o juiz do caso, o procurador responsável ou a Vara Federal onde tramita.

Esse tratamento torna a tramitação do processo oculta, como se não existisse, e impede que a sociedade tenha conhecimento sobre se o MPF apresentou denúncia contra os indiciados, além de outras movimentações.

O MPF não explicou nesta terça-feira porque garantiu sigilo máximo ao caso.

Conforme o Estado revelou nesta segunda-feira, o inquérito na PF que culminou com o indiciamento e a investigação do MPF/RJ foi concluído em janeiro deste ano.

As investigações duraram dois anos. Além de Teixeira e Rosell, foram indiciados: Claudio Honigman (descrito como parceiro comercial de Teixeira e Rosell e sócio do ex-presidente do Barcelona na 100% Brasil Marketing), Vanessa Almeida Precht (sócia da Alianto Marketing Ltda.) e Claudio Abrahão (irmão de Wagner Abrahão, presidente do Grupo Águia).

Ao indiciar os ex-dirigentes e empresários, a PF confirmou a materialidade da denúncia, ou seja, o crime foi comprovado, porém cabe à procuradoria apresentar denúncia à Justiça para que os envolvidos se tornem réus e uma ação penal seja instaurada.

O ex-presidente da CBF foi indiciado pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Já o ex-presidente do Barcelona é acusado de falsificação de documento público e ocultação de informações.

O Coaf, órgão de investigação financeira do Ministério da Fazenda, registrou movimentação atípica de Ricardo Teixeira de R$ 464,5 milhões entre 2009 e 2012. Segundo a PF, "ele vem praticando atos contra a administração pública brasileira, com exigência de vantagens para práticas administrativas da CBF, contra a administração pública estrangeira e o sistema financeiro nacional".

Como moravam no exterior, a PF indiciou Teixeira e Rosell sem a presença deles. Os dois, contudo, conforme o inquérito, "tomaram conhecimento dos fatos e não tiveram interesse em desmentir". No inquérito, a PF escreveu: "Nenhum dos envolvidos nos fatos em apuração teve interesse em desmentir os fatos apresentados e apresentar qualquer documento para comprovar a legalidade dos contratos". O Estado não conseguiu contato com os indiciados.

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Escalado pela Nike para cuidar dos assuntos da empresa na seleção, o catalão passou a acompanhar o time em jogos amistosos e competições internacionais.

Não demorou para se tornar amigo de jogadores importantes na época, como Ronaldinho Gaúcho. Ligado ao Barcelona, Rosell foi o principal articulador para levar Ronaldinho ao clube catalão em 2003.

Rosell deixou a Nike em meados dos anos 2000 e mais tarde virou presidente do Barcelona.

Em 2011, ele iniciou o processo de contratação de Neymar, que seria fechada em 2013. A negociação foi parar na Justiça e Rosell teve de renunciar à presidência do Barça.

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