MP-SP consegue acordo para não haver protestos contrários no mesmo dia
A ideia é evitar que os membros de ideologias diferentes se encontrem e conflitem na região, assim como aconteceu no final de semana do dia 31 de maio
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de junho de 2020 às 21h40.
Última atualização em 10 de junho de 2020 às 21h59.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) conseguiu fechar nesta quarta-feira, 10, um acordo com as lideranças de movimentos antagônicos para um rodízio no uso da Avenida Paulista para futuras manifestações .
A ideia é evitar que os membros de ideologias diferentes se encontrem e conflitem na região, assim como aconteceu no final de semana do dia 31 de maio, quando a Polícia Militar teve de intervir nos atos a favor de Bolsonaro e pró-democracia que aconteceram ao mesmo tempo no local.
De acordo com a Procuradoria, ficou definido que, no próximo domingo, 14, a Paulista vai ser ocupada pelos manifestantes de oposição ao governo federal. O ato terá início às 14h, na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e uma marcha a partir das 15h por um itinerário a ser informado ao longo desta semana para que o policiamento possa se planejar.
A dispersão deve ocorrer às 16h30. Por sua vez, os apoiadores do presidente devem se concentrar no Viaduto do Chá, próximo à sede da Prefeitura, entre o meio-dia e 18h.
"Estamos todos de parabéns. Pela linha dialógica é que nós podemos avançar", disse o subprocurador-geral de Justiça de Relações Institucionais, Arnaldo Hossepian, cumprimentando os oficiais da PM, os líderes dos movimentos e os membros do Ministério Público que contribuíram para a viabilização do entendimento. A reunião do acordo foi realizada por videoconferência e durou cerca de quase três horas.
Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público de São Paulo, Felipe Vono, em nome do MTST e da Frente Povo sem Medo, disse que a manifestação será pacífica, de acordo com o que foi orientado pelo Ministério Público". Danilo Pássaro, do Movimento Somos Democracia, reforçou o compromisso de não estimular nenhum manifestante contrário ao governo federal a se deslocar em direção à concentração promovida pelos movimentos pró-Bolsonaro.
Também de acordo com o órgão, Mauro Reinaldo, do movimento Deus, Pátria e Liberdade afirmou compromisso com o acordo. "Gostaria de agradecer ao Ministério Público. Com sensatez, sempre conseguimos chegar a um acordo, que é sempre a melhor saída". Luís Vallejo, do Patriotas (pró-Bolsonaro), também participou da reunião, assim como Raquel Resende, do grupo Damas de Aço, que apoia o governo federal.