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MP pode pedir a prisão do presidente da Samarco

O Ministério Público Estadual de MG poderá pedir a prisão do presidente da Samarco pelo desabamento de barragens em Mariana


	Diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi: até o momento foram confirmadas sete mortes na tragédia
 (Reprodução/YouTube)

Diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi: até o momento foram confirmadas sete mortes na tragédia (Reprodução/YouTube)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2015 às 18h22.

Belo Horizonte - O Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPE-MG) poderá pedir a prisão do presidente da mineradora Samarco, Ricardo Vescovi, pelo desabamento das barragens da empresa no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana.

Até o momento foram confirmadas sete mortes na tragédia. Doze pessoas estão desaparecidas. Vescovi conseguiu habeas corpus preventivo no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) para que não seja preso pelo desastre.

O pedido foi feito na quinta-feira, 12, depois que o juiz da Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Colatina, no Espírito Santo, Menandro Taufner Gomes, determinou que Vescovi fosse preso caso a empresa não cumprisse medidas que deveriam ser tomadas pela Samarco em função da tragédia.

Questionado sobre a possibilidade de pedir a prisão do representantes da Samarco, o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais do MPE-MG afirmou que "no momento nenhuma hipótese pode ser descartada". O inquérito que apura as causas do acidentes deverá ser concluído no início de dezembro.

As linhas de investigação se concentram em falhas na gestão e monitoramento das barragens pela Samarco e no processo de concessão de licenças ambientais e fiscalização pelo poder público.

O promotor voltou a afirmar que já há indícios de negligência por parte da Samarco. Nesta quinta-feira, 19, o MPE ouviu depoimentos de moradores de Bento Rodrigues.

O objetivo foi saber se a mineradora colocou em andamento plano de evacuação da área depois do rompimento das barragens. Moradores do distrito, em entrevista e em participação em comissão da Assembleia Legislativa que acompanha os desdobramentos da tragédia, já disseram que quem conseguiu sair foi por ajuda da própria comunidade.

História

O MPE vai exigir que a Samarco recupere peças sacras de igrejas de Bento Rodrigues que, hoje, conforme a Promotoria, está sob a lama no distrito.

Um relatório será entregue no máximo até esta sexta, 20, à mineradora, que deverá ser investigada por crime ao patrimônio histórico. Uma das primeiras medidas a serem exigidas da empresa na busca pelas peças é o isolamento da área próxima às duas capelas do distrito. Uma, a de São Bento, foi completamente destruída pela lama que invadiu a cidade.

A outra, de Nossa Senhora das Mercês, ficou isolada e corre o risco de também desaparecer caso a terceira barragem se rompa. Os dois templos são do século XVIII.

Com a ajuda de técnicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o MPE conseguiu resgatar 260 peças da capela de Nossa Senhora das Mercês, incluindo imagens, cálices, castiçais, sinos e instrumentos litúrgicos.

O acervo foi enviado temporariamente para a reserva técnica do Museu de Arte Sacra de Mariana.

"É a maior tragédia em relação ao patrimônio histórico até hoje", afirmou o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, coordenador da área de patrimônio histórico, cultural e turístico do MPE-MG.

A Samarco, conforme Miranda, será obrigada ainda a realizar a restauração das peças sacras encontrado e a reconstruir o que foi destruído pela lama.

Segundo a Defesa Civil, no local onde existia, não há mais a possibilidade de que Bento Rodrigues seja reerguida.

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