Brasil

MP exige R$ 1 bi da Samarco por rompimento das barragens

Termo de compromisso preliminar foi assinado hoje para garantir o custeio de medidas emergenciais

Após rompimento de barragens, moradores buscam pertences em Mariana, MG (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Após rompimento de barragens, moradores buscam pertences em Mariana, MG (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 16h07.

Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 12h36.

São Paulo – O Ministério Público de Minas Gerais e o MPF assinaram na tarde de hoje (16) um termo de compromisso com a Samarco para o pagamento de R$ 1 bilhão como custeio de medidas de contenção aos efeitos do rompimento das barragens de Fundão e Santarém, em Minas Gerais.

A tragédia no município de Mariana deixou até agora 11 mortos e 15 desaparecidos, além de um rastro de destruição em distritos atingidos pelo mar de lama e prejuízos incalculáveis à bacia do Rio Doce, atingida pela lama contaminada por minerais. O dinheiro será usado principalmente em ações de redução dos efeitos do despejo de rejeitos de mineração no rio, além de reparos ou compensações para as comunidades e municípios atingidos.

O termo preliminar estabelece que o valor determinado pelos MPs seja auditado por uma consultoria independente e de sua escolha. A Samarco, por sua vez, deve apresentar laudos mensais que mostrem como o dinheiro está sendo aplicado em medidas que busquem a resolução dos danos ambientais ou socioambientais decorrentes do desastre.

“Ainda não é possível mensurar os danos efetivos e as medidas necessárias à mitigação, contenção, reparação e compensação, mas, pela extensão e gravidade, sabemos que os valores necessários poderão ser muito maiores", afirma o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto em nota do MPMG. "Porém, o termo estabelece uma garantia jurídica concreta, que não existia até então, de que os valores iniciais emergenciais estão resguardados”

A presidente Dilma Rousseff já havia anunciado na última quinta-feira (12) que a empresa seria multada em ao menos R$ 250 milhões por conta dos danos ambientais causados pelo rompimento das barragens. Segundo MPMG, como os processos correm sem nenhuma relação, o valor da multa deve se somar ao pedido pelos MPs.

TEM SEGURO?

Segundo informações da Reuters, o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse hoje em teleconferência aos investidores que o seguro da Samarco para ocorrências como o rompimento das barragens em Mariana não será suficiente para pagar gastos com recuperação de áreas atingidas e multas, mas que a responsabilidade da empresa com as vítimas exige uma ação.

O executivo teria dito que além de "ser o certo a fazer", a recuperação dos danos e suporte às vítimas serão decisivos para que as mineradoras "obtenham a aprovação das autoridades" e para que Samarco volte a operar na região do desastre.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasMariana (MG)Samarco

Mais de Brasil

Detentos fazem rebelião e incendeiam presídio em Franco da Rocha, na Grande SP

Convenções em SP começam neste sábado com indefinições

Artefatos indígenas retidos na França retornam ao Brasil

Convenções começam neste sábado com oficialização de candidaturas de Boulos, Paes e Fuad

Mais na Exame