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MP do Rio monitorava possível plano de fuga de Queiroz

Conversas de Queiroz apontaram plano de fuga que contaria com a atuação de Adriano, ex-capitão do Bope acusado de ser o líder de grupo miliciano

Queiroz: ex-assessor foi preso ontem (18) em um sítio do advogado de Flávio Bolsonaro (Nelson Almeida/AFP)

Queiroz: ex-assessor foi preso ontem (18) em um sítio do advogado de Flávio Bolsonaro (Nelson Almeida/AFP)

AO

Agência O Globo

Publicado em 19 de junho de 2020 às 09h50.

Ao pedir a prisão de Fabrício Queiroz, o Ministério Público do Rio informou ao juiz Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que localizou mensagens nos celulares de Márcia Aguiar, mulher do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, e Queiroz que apontaram para "um plano de fuga organizado para toda a família do operador financeiro que contaria com a atuação do então foragido Adriano Magalhães da Costa Nóbrega".

Depois disso, Márcia foi a Minas Gerais encontrar pessoalmente Raimunda Magalhães Veras, a mãe de Adriano, ex-capitão do Bope e acusado de ser o líder do grupo miliciano Escritório do Crime no Rio. O policial foi morto durante uma operação na Bahia para capturá-lo em fevereiro.

Queiroz foi preso ontem em Atibaia, no interior de São Paulo, por determinação do TJ do Rio. Ele estava em um imóvel que funcionava como escritório de advocacia de Frederick Wassef. A operação da quinta-feira foi chamada de "Anjo", em referência a Wassef. Márcia também teve prisão decretada e é considerada foragida pois não foi encontrada.

Mensagens

Um trecho do despacho do juiz Flávio Itabaiana se refere a um diálogo entre Queiroz e Márcia, no dia 2 de dezembro, que indica "que o advogado Luis Gustavo Botto Maia teria se reunido previamente com o 'Anjo' (codinome usado para se referir a Frederick Wassef) e com Fabrício Queiroz em Atibaia (SP) antes de seguir para a cidade Astolfo Dutra (MG), no dia seguinte".

Nas mensagens desse dia, Queiroz diz a Márcia que "Gustavo (Botto Maia) falou que ela (Raimunda) pode voltar". Para o MP, o advogado e o ex-assessor de Flávio, os dados mostram que eles orientaram Raimunda a ficar escondida depois do julgamento no STF que discutiu o compartilhamento de dados por meio de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Um deles instarou a investigação sobre Queiroz e Flávio depois de ser identificada a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Queiroz.

No dia seguinte, em 3 de dezembro de 2019, Botto Maia seguiu para Astolfo Dutra, em Minas Gerais, onde se reuniu com Márcia de Oliveira Aguiar, mulher de Queiroz, e Raimunda Veras Magalhães, mãe de Adriano da Nóbrega.

O magistrado também registrou que Botto Maia "chegou à casa de Raimunda Veras Magalhães para acompanhar as comunicações com a esposa de Adriano Magalhães da Nóbrega", que vem a ser Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, ex-funcionária de Flávio. Ela constou como assessora de Flávio durante dez anos entre 2008 e 2018, saiu dias antes do

As ações ocorreram dias antes dos investigadores do MP do Rio efetuarem buscas e apreensões em dezembro do ano passado. Já na operação desta quinta-feira, além de Queiroz e Márcia, Luiz Gustavo Botto Maia também foi alvo de busca e apreensão.

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