Brasil

MP apura rota de fuga e envio de dinheiro de ex-médico

Caso se comprove a participação de parentes e amigos em apoio ao ex-médico foragido, o MPE pode acusá-los dos mesmos crimes financeiros


	Roger Abdelmassih: promotor também tenta descobrir se o casal recebeu dinheiro de Jaboticabal
 (Reuters)

Roger Abdelmassih: promotor também tenta descobrir se o casal recebeu dinheiro de Jaboticabal (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 09h56.

São Paulo - A possível passagem do ex-médico Roger Abdelmassih por Jaboticabal, no interior de São Paulo, antes de sua fuga para o Paraguai é investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE).

A cidade é terra natal de sua mulher, Larissa Maria Sacco, de 37 anos. O ex-médico foi capturado no início da semana em Assunção, onde ficou três anos e meio para fugir da cadeia. Ele foi condenado a 278 anos de prisão por 48 estupros contra 37 vítimas.

A suspeita é de que o ex-médico tenha ficado em uma casa alugada em 2011 por familiares de Larissa. A mulher chegou a ser vista no local.

O promotor de Justiça Luiz Henrique Cardoso Dal Poz também tenta descobrir se o casal recebeu dinheiro proveniente de Jaboticabal para se manter no exterior por três anos e meio.

Caso fique comprovada a participação de parentes e amigos na estrutura financeira que manteve o ex-médico foragido, o MPE pode acusá-los dos mesmos crimes financeiros pelos quais Abdelmassih é investigado, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O órgão também pode pedir o bloqueio dos bens de todos os envolvidos no caso.

Os parentes de Larissa negam que repasses de recursos tenham partido de Jaboticabal, mas evitam falar sobre o assunto. Elaine Sacco Khouri, irmã de Larissa e sócia dela em uma empresa que foi investigada, não tem aparecido na Farmácia Sal da Vida, da qual é proprietária.

O estabelecimento foi reinaugurado após altos investimentos, em 2011, ano em que Abdelmassih estava foragido. Funcionárias contaram que Elaine somente voltará a trabalhar na segunda-feira.

Pelo menos cinco pessoas, incluindo parentes de Larissa, são investigadas pelo Ministério Público porque podem ter sido "laranjas" do ex-médico e ainda ajudado na fuga.

Silêncio

Larissa é de família tradicional e seus antepassados deram nomes a ruas e avenidas de Jaboticabal. Seu pai, Vicente João Antônio Sacco, é dono de uma granja e não quis comentar o caso. "Não sei de nada", afirmou ao jornal "O Estado de S. Paulo" na quinta-feira, 21, ao ser questionado se sua filha e o marido estiveram na cidade.

Já a mãe dela, a professora aposentada Wanilda Pedro Sacco, alegou que a filha não tem nada a ver com os problemas do marido e que ainda não procurou os familiares. "A gente não sabe onde ela está."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EstuproMédicosMinistério Público

Mais de Brasil

Oito pontos para entender a decisão de Dino que suspendeu R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão

Ministro dos Transportes vistoria local em que ponte desabou na divisa entre Tocantins e Maranhão

Agência do Banco do Brasil é alvo de assalto com reféns na grande SP

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do RJ