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Mourão: um vice em “reavaliação de discurso”

Após declarações dadas pelo general da reserva, Bolsonaro determinou que era hora de seu vice reduzir suas agendas de campanha

HAMILTON MOURÃO: general da reserva e vice de Jair Bolsonaro vai ficar em sua casa no Rio de Janeiro neste final de semana para reexaminar suas últimas declarações, conforme afirmou um assessor
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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 06h53.

Última atualização em 21 de setembro de 2018 às 07h10.

O candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) vai ficar em sua casa no Rio de Janeiro neste final de semana para uma “reavaliação de discurso”, conforme afirmou um assessor ao jornal O Estado de S.Paulo. Ele teria uma agenda em Porto Alegre , no domingo, mas cancelou a ida. Também encurtou sua viagem pelo interior de São Paulo , que duraria até esta sexta-feira.

Segundo o jornal, a determinação foi do próprio Bolsonaro que, após declarações dadas por Mourão, decidiu que era a hora de cortar as asinhas do vice e reduzir suas agendas de campanha.

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Desde que Bolsonaro foi internado no hospital Albert Einstein, após ser vítima de uma facada no dia 6 de setembro, sua campanha vem tendo problemas com o candidato a vice. Começou quando Mourão, sem avisar o cabeça da chapa, aventou planos, com o apoio do PRTB, de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para participar dos debates no lugar dele. Os filhos de Bolsonaro e o PSL se colocaram contra e o plano acabou não avançando.

Na semana passada, Mourão defendeu que a Constituição não precisa ser escrita por eleitos democraticamente, e sim por um grupo de “notáveis”. Mas o cúmulo foram suas declarações, no início desta semana, de que famílias “nas áreas carentes, onde não há pai e avô” só “mãe e avó” são “fábricas de desajustados” que tendem a entrar para quadrilhas de narcotraficantes. A declaração provocou intenso debate nas redes sociais e fez inúmeras mulheres, incluindo celebridades, virem à público protestar.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, os integrantes do núcleo duro da campanha de Bolsonaro se reuniram na terça-feira para unificar o discurso. Uma das decisões do grupo foi tutelar Mourão, apontado como inexperiente politicamente. O general, em agenda em Botucatu (SP), não estava presente.

Além de Mourão, a campanha teve problemas com declarações do “Posto Ipiranga” de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, que afirmou, em um evento fechado, que estudava recriar um imposto nos moldes da CPMF. Horas depois, Bolsonaro foi ao Twitter desmentir a ideia. Guedes também foi enquadrado, mas segue com agenda normal nesta sexta-feira. Está confirmado em evento na Amcham-São Paulo.

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