Brasil

Morte de adolescente motiva protesto contra homofobia

Corpo do adolescente foi encontrado desfigurado pela Polícia Militar, e a ocorrência foi registrada inicialmente como suicídio


	Marcha em favor dos direitos gays: ativistas marcaram uma manifestação contra a homofobia após crime em São Paulo
 (Fernando Frazão/ABr)

Marcha em favor dos direitos gays: ativistas marcaram uma manifestação contra a homofobia após crime em São Paulo (Fernando Frazão/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 20h03.

São Paulo - A morte de um adolescente negro de 17 anos, encontrado em um viaduto na região central de São Paulo, levou ativistas a marcarem uma manifestação contra a homofobia no Largo do Arouche na próxima sexta-feira, 17.

O corpo de Kaique Augusto Batista dos Santos foi encontrado desfigurado pela Polícia Militar, no sábado, 11, próximo a um viaduto na região da Bela Vista, na Avenida 9 de Julho. A ocorrência foi registrada inicialmente como suicídio.

A família alega que não se trata de suicídio, já que a vítima teria uma perfuração na perna com uma barra de ferro e vários machucados que indicariam tortura. O cadáver foi levado ao Instituto Médico-Legal como indigente, até ser encontrado pelos familiares.

Amigos de Kaique dizem que o viram pela última vez em uma boate na sexta-feira, 10, um dia antes de o corpo ser encontrado, no Viaduto 9 de Julho. O jovem não morava mais com os pais e convivia com um casal de homens na zona norte de São Paulo.

A morte é investigada pelo 3º DP (Campos Elísios). A hipótese de suicídio continua sendo forte, segundo a polícia, já que uma queda causa grandes ferimentos. Segundo o Instituto Médico Legal, o corpo da vítima ficou fora do refrigerador até quarta-feira, 14, quando a família foi indetificá-lo. O órgão afirma que havia superlotação e que, por isso, não pôde conservar o corpo de maneira adequada. A polícia suspeita de que o estado do cadáver esteja relacionado provavelmente com a decomposição e não com espancamento.

Facebook

A polícia analisa mensagens no perfil da vítima no Facebook que seriam um demonstrativo de estado depressivo. "Você se machuca com o que as pessoas fazem com você e você vive pensando em não machucar as pessoas. E aí pensa mesmo em não derrubar as pessoas da ponte enquanto elas te jogam e vocês têm que subir ela de alguma forma", diz um das mensagens.

Acompanhe tudo sobre:Crimecrime-no-brasilGaysLGBTPreconceitosProtestosProtestos no Brasil

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais