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Moro tem novo emprego sete meses após deixar governo Bolsonaro

Ex-Ministro de Bolsonaro é o novo contratado da consultoria Alvarez & Marsal, especializada em recuperação de empresas

Sérgio Moro: ex-ministro de Bolsonaro será diretor-geral de compliance em consultoria norte-americana (Brazil Photo Press/Getty Images)

Sérgio Moro: ex-ministro de Bolsonaro será diretor-geral de compliance em consultoria norte-americana (Brazil Photo Press/Getty Images)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 29 de novembro de 2020 às 20h30.

Última atualização em 30 de novembro de 2020 às 11h12.

Sete meses após deixar o governo Bolsonaro, Sérgio Moro já tem um novo emprego. Neste domingo (29), a Alvarez & Marsal anunciou o ex-ministro como o novo diretor-geral do setor de Disputas, Investigações e Compliance, em São Paulo. A informação foi dada pelo site Jota, neste domingo. A Alvarez é uma das maiores consultorias de recuperação de empresas do mundo, com 5.000 funcionários em quatro continentes, com oito unidades de negócios no Brasil.

"A nomeação de Sergio aumenta nossa capacidade de ajudar os clientes a navegar por questões regulatórias complexas, alavancando nossa abordagem de liderança, ação e resultados", declarou Marcos Ganut, diretor-geral de Projetos de Infraestrutura e Capital da consultoria norte-americana. Segundo o comunicado divulgado pela empresa, Moro "está ansioso para desenvolver o legado da empresa, de impulsionar a mudança e ajudar os clientes a resolver os desafios atuais enquanto antecipa os futuros".

Pelo menos por ora, a contratação de Moro pelo setor privado coloca o ex-juiz e ex-ministro em um caminho diferente da disputa pela presidência em 2022. Moro segue negando uma possível candidatura para qualquer cargo eletivo nas próximas eleições - mas não nega a possibilidade de apoiar candidatos.

Tudo indica, pela nota oficial da Alvarez & Marsal, que Moro quer vender serviços de consultoria em controles internos e atuar em investigações. Ele e a A&M emprestariam suas placas um ao outro, em uma espécie de relação de mutualismo. Nos Estados Unidos, essa mudança é comum. Só para exemplo quem cuidou da negociação do acordo de leniência da Odebrecht com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) foi William (Bill) Burck, ex-procurador que ganhou fama de durão nos seus tempos como acusador.

A escolha da figura central da Operação Lava Jato para trabalhar na recuperação de empresas pegou de surpresa executivos especialistas na recuperação de empresas. Um executivo ouvido pela EXAME afirma que a área de compliance e investigações deve de fato ganhar força em consultorias como a Alvarez e Marsal. Mas os potenciais clientes mais óbvios do ex-ministro têm ressalvas com seu trabalho à frente da Lava-Jato. Além disso, uma das maiores críticas à Operação Lava-Jato era o desconhecimento a respeito da vida corporativa das empresas. “As empresas têm birra dele”, afirma o executivo.

Após a passagem turbulenta pelo governo, Moro tem mais um grande desafio na iniciativa privada.

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