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Moro recebe denúncia contra ex-prefeito de Campinas

A denúncia trata de parte do dinheiro de um empréstimo feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin

Ação: além do ex-prefeito, outras cinco pessoas foram denunciadas, entre elas, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares
AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 14h38.

O juiz federal Sérgio Moro , responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, recebeu uma denúncia contra o ex-prefeito de Campinas (SP), Helio de Oliveira Santos, também conhecido como Dr. Helio.

Além do ex-prefeito, outras cinco pessoas foram denunciadas, entre elas, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

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A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) no último dia 18 e aceita por Moro na sexta-feira (21). O ex-prefeito e os outros denunciados são acusados de lavagem de dinheiro.

A denúncia trata de parte do dinheiro de um empréstimo feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin.

"Todos respondem pelo crime de lavagem de dinheiro envolvendo cerca de R$ 4,2 milhões, provenientes de um empréstimo fraudulento no valor total de R$ 12 milhões, concedido formalmente em outubro de 2004 pelo Banco Schahin a José Carlos Bumlai, mas que se destinou na realidade ao pagamento de dívidas do interesse o Partido dos Trabalhadores", diz nota divulgada pelo MPF no dia da apresentação da denúncia.

Segundo a acusação, o empréstimo não foi pago ao banco, mas ainda assim foi quitado. De acordo com as investigações, a verdadeira razão para que o empréstimo fosse quitado foi a contratação do grupo Schahin pela Petrobras para operar um navio-sonda.

Provas do MPF sustentam denúncia

Na decisão, Moro lembra que a ação trata da metade do empréstimo realizado por Bumlai. Ele lembra que parte do dinheiro foi repassada para a campanha eleitoral para a prefeitura de Campinas (SP) depois de passar por algumas empresas.

Para Moro, as provas apresentadas pelo MPF são suficientes para receber a denúncia apresentada.

"Em síntese, há, em cognição sumária, prova documental, decorrente do rastreamento bancário, de que cerca de metade do valor do empréstimo milionário percorreu o caminho afirmado pelo MPF, do Banco Schahin para a Bertin Ltda. e desta para as empresas acima referidas King Graf, NDEC Núcleo de Desenvolvimento de Comunicação, Omny Par Empreendimentos e Consultoria Ltda. e Castellar Modesto Guimarães Filho, isso no interesse, segundo o MPF, do Partido dos Trabalhadores, representado no ato por Delúbio Soares de Castro", diz a decisão.

Moro lembra que a ação tem relação com outra que trata do valor do empréstimo feito por Bumlai e que aguarda sentença.

"Antes de prosseguir, como aproxima-se o julgamento da ação penal 5022182-33.2016.4.04.7000, reputo relevante aguardar a sentença naquele caso, antes de prosseguir neste, pela evidente conexão. Suspendo, portanto, o trâmite da presente até o julgamento daquela ou por 45 dias, o que ocorrer primeiro", diz a decisão.

A Agência Brasil ainda não conseguiu contato com a defesa dos denunciados.

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