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Moro passa Ciro e se consolida em terceiro lugar na corrida eleitoral

Pesquisa EXAME/IDEIA mostra que o ex-juiz se tornou o nome mais competitivo dentro da terceira via, mas a distância dele para Lula e Bolsonaro ainda é considerável

Filiado ao Podemos, Sergio Moro Moro tem aparecido como a terceira opção nas intenções de voto para as eleições de 2022 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Filiado ao Podemos, Sergio Moro Moro tem aparecido como a terceira opção nas intenções de voto para as eleições de 2022 (Ueslei Marcelino/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 10 de dezembro de 2021 às 17h12.

Última atualização em 10 de dezembro de 2021 às 17h14.

A disputa pela chamada terceira nas eleições de 2022 ganhou novo fôlego. Sergio Moro (Podemos) passou Ciro Gomes (PDT) e se consolidou em terceiro lugar nas intenções de voto em diferentes cenários eleitorais para o primeiro turno. Segundo a pesquisa EXAME/IDEIA, Moro tem de 10% a 14% das intenções de voto, enquanto Ciro recebe de 6% a 9% das preferências.

Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A sondagem ouviu 1.200 pessoas entre os dias 6 a 9 de dezembro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ler o relatório completo.

Filiado ao Podemos no início de novembro, Moro tem aparecido como a terceira opção nas intenções de voto em diferentes cenários de pesquisa estimulada (quando os nomes são apresentados previamente) para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O melhor desempenho do ex-juiz federal é no cenário em que aparece, além de Lula e Bolsonaro, apenas Ciro Gomes. Nessa simulação, Moro recebe 14% das intenções de voto, contra 8% de Ciro.

No cenário em que é submetido também o nome do governador João Doria, que saiu vencedor das prévias do PSDB, a disputa pela terceira via fica ainda mais fragmentada: 11% para Moro, 8% para Ciro e 6% para Doria.

(Arte/Exame)

Já na pesquisa espontânea de primeiro turno, (quando os nomes não são apresentados previamente aos entrevistados), o desempenho de Moro é pior do que o de Ciro. Eles recebem, respectivamente, 2% e 3%, dentro da margem de erro.

Maurício Moura, fundador do IDEIA, o eleitor brasileiro ainda não reconhece espontaneamente os candidatos que disputam a terceira via. “A pergunta espontânea nos dá a dimensão da desconexão entre o imaginário da opinião pública e o mundo que acompanha política diariamente. Aproximadamente 45% dos entrevistados(as) não verbalizam um nome sequer de candidato. A denominada "terceira via" não soma mais de 7% dos votos. Ainda são embrionárias na cabeça do eleitor as candidaturas de Doria, Moro, Ciro e Rodrigo Pacheco”, diz Moura.

Apesar de Moro se mostrar mais competitivo dentro da terceira via, ele guarda uma larga distância dos atuais líderes da corrida eleitoral. A distância de Moro para Lula é considerável e varia de 27 a 31 pontos percentuais em favor do petista, a depender do cenário da pesquisa estimulada.

Já em relação a Bolsonaro, a diferença é menor. O presidente está à frente do ex- juiz entre 16 e 19 pontos. Em uma eventual disputa de segundo turno entre o atual presidente e o petista, Lula venceria, com uma vantagem de 11%. Em novembro, esta diferença era de 17 pontos porcentuais.

Segundo turno

Em um segundo turno, Moro perde para Lula, mas aparece tecnicamente empatado contra Bolsonaro. Se as eleições fossem hoje, o petista receberia 44% dos votos e o ex-juiz, 33%. Já em uma disputa com o atual presidente, Moro tem uma leve vantagem: 36% das intenções de voto contra 34% de Bolsonaro. A diferença entre ambos está dentro da margem de erro.

A situação se repete com Ciro Gomes, que perde para o ex-presidente mas pontua à frente de Bolsonaro, ainda que dentro da margem de erro. Na disputa Lula versus Ciro, o petista teria 42% dos votos contra 26%. Com Bolsonaro, o placar seria de 38% para Ciro e 37% para o atual presidente.

(Arte/Exame)

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