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Ministros do STF reagem à declaração de Lula sobre mensalão

O ex-presidente afirmou que o julgamento do mensalão teve "80% de decisão política e 20% de decisão jurídica"


	Marco Aurélio Mello: "o dia que pensarmos que STF decide a partir de enfoque político, estaremos muito mal", afirmou 
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Marco Aurélio Mello: "o dia que pensarmos que STF decide a partir de enfoque político, estaremos muito mal", afirmou  (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 20h51.

Brasília - Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram à declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o julgamento do mensalão teve "80% de decisão política e 20% de decisão jurídica".

Para integrantes do STF que participaram do julgamento, as condenações dos envolvidos foram técnicas e baseadas estritamente em provas.

"O dia que pensarmos que STF decide a partir de enfoque político, estaremos muito mal", afirmou o ministro do STF Marco Aurélio Mello.

"Não sei qual foi o instrumento utilizado pelo presidente para encontrar essas percentagens. Mas ele nos deu um crédito, de 20%. Quase uma gorjeta", completou.

Indagado sobre os motivos do ex-presidente para ter dado essa declaração, Marco Aurélio afirmou que Lula é "um homem, acima de tudo, político". "Ele personifica o PT. Estamos em ano destinado a eleições. Temos de relevar isso", disse.

Para ministros do STF, Lula teria tentado encontrar um discurso político para justificar os fatos perante a militância: "Se puder aliviar o fardo, aliviará."

Outro detalhe observado por um integrante do Supremo é a composição do tribunal.

Dos 11 atuais ministros, apenas 3 não foram indicados por Lula ou pela presidente Dilma Rousseff, que são filiados ao PT.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o ministro Gilmar Mendes lembrou que Lula chegou a pedir desculpas aos brasileiros por causa do mensalão.

"Agora, inclusive, nós temos esta conta, que também é muito singular. Julgamento político em 80%, 20% jurídico. Como ele não é da área jurídica, talvez também ele esteja adotando um outro critério", disse.

"Como se enquadrar nesse porcentual preciso de 80% e 20%. Está tudo muito engraçado", afirmou.

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