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Ministro do STF diz estar perplexo com atitude de Mercadante

"É hora de atuarmos com serenidade e temperança, apurando para que, selada a culpa, prender, para não inverter a ordem natural", disse Marco Aurélio

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	Marco Aurélio Mello: "é hora de atuarmos com serenidade e temperança, apurando para que, selada a culpa, prender, para não inverter a ordem natural. A ninguém interessa, a essa altura, incendiar o Brasil"
 (José Cruz/ABr)

Marco Aurélio Mello: "é hora de atuarmos com serenidade e temperança, apurando para que, selada a culpa, prender, para não inverter a ordem natural. A ninguém interessa, a essa altura, incendiar o Brasil" (José Cruz/ABr)

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Isadora Peron

Publicado em 15 de março de 2016, 16h10.

Brasília - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse estar "perplexo" com a acusação de que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, teria tentado evitar que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) fechasse o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

"Estamos todos perplexos. Claro que se trata da palavra de um investigado, o valor é relativo, mas a delação revela indícios e esses indícios podem ter materialidade. Temos que aguardar", disse.

Questionado se o conteúdo da delação, que mostra uma tentativa de interferência nas investigações da Operação Lava Jato, seriam suficientes para mandar prender o ministro da Educação, Marco Aurélio disse que essa era uma decisão que caberia ao ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo.

"É hora de atuarmos com serenidade e temperança, apurando para que, selada a culpa, prender, para não inverter a ordem natural. A ninguém interessa, a essa altura, incendiar o Brasil", disse.

Em sua delação, Delcídio afirmou que Mercadante prometeu dinheiro e lobby junto a ministros do Supremo para que o senador deixasse a prisão. A proposta foi feita a um assessor do senador, que gravou os encontros e entregou ao petista, que na época estava preso.

O principal motivo que levou o STF mandar prender Delcídio em novembro do ano passado foi justamente o fato de ele tentar interferir nos rumos da Lava Jato.

Na época, o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo, apresentou uma gravação na qual o parlamentar falava sobre um plano de fuga para seu pai e uma ajuda financeira que foi entendida como uma intenção de Delcídio em atrapalhar o acordo de delação premiada que Cerveró negociava com a Procuradoria-Geral da República.

Lula

Marco Aurélio também voltou a comentar a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff. O ministro disse que não via a atitude somente como uma maneira de obter foro privilegiado. "Não vejo como uma fuga ao juiz Sérgio Moro. Ele não é único juiz do País. Eu vejo o deslocamento como uma tábua de salvação para a presidente Dilma", disse.

Para ele, Lula tem uma "penetração maior" do que Dilma no Congresso, que "não tem penetração alguma". O ministro também afirmou que o ex-presidente só aceitaria um cargo se fosse para realmente mudar os rumos do governo.

"Não creio que ele aceite se não for para dar a diretriz a ser seguida, principalmente no campo econômico e financeiro", disse.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Estadão, Marco Aurélio havia afirmado que não era correta qualquer suposição de que a Corte seria "benévola" com Lula, caso venha a ser julgado pelo STF e não por Moro.

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